Ex-presidente peruano enfrenta pedido de 35 anos de prisão por corrupção

O Ministério Público do Peru solicitou uma pena de 35 anos de prisão para o ex-presidente Ollanta Humala, bem como para sua esposa, Nadine Herédia, num caso de corrupção que envolve a adjudicação e construção de dois gasodutos durante o seu governo, que decorreu entre 2011 e 2015.

Actuamente, Humala já cumpre uma sentença de 15 anos de reclusão por ter financiado ilegalmente o seu partido em campanhas eleitorais anteriores. Ele encontra-se detido na prisão de Barbadillo, onde também estão encarcerados outros ex-presidentes, como Pedro Castillo e Alejandro Toledo. O falecido Alberto Fujimori também já esteve neste estabelecimento.

Por sua vez, Nadine Herédia está atualmente asilada no Brasil. Para além do casal, um total de 19 outros indivíduos foi acusado de envolvimento neste esquema de corrupção. Entre eles, destaca-se o antigo ministro da Economia de Humala, Luis Miguel Castilla, para quem o Ministério Público requer uma pena de 29 anos.

As acusações incluem organização criminosa e conluio qualificado, ligadas à adjudicação e execução de projetos de gás, como o Gasoduto Andino do Sul e o Gasoduto Sul Peruano, favorecendo empresas brasileiras, especialmente a Odebrecht, que está ligada a numerosos casos de corrupção na América Latina.

A Odebrecht foi a principal responsável pela condenação de Humala, após a justiça comprovar que a construtora brasileira pagou três milhões de euros em subornos durante as suas campanhas eleitorais, obtendo favores em troca.

Este escândalo insere-se na conhecida operação 'Lava Jato', que teve origem no Brasil e levou a uma vasta investigação sobre práticas corruptas que afetaram vários países da região.