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Eurodeputados exigem presença da Comissão Europeia na marcha 'Budapest Pride'

há 1 dia

Sessenta eurodeputados apelaram à Comissão Europeia para se fazer representar na marcha 'Budapest Pride', em junho, criticando a falta de ação na defesa dos direitos da comunidade LGBTQ na Hungria.

Eurodeputados exigem presença da Comissão Europeia na marcha 'Budapest Pride'

Nesta terça-feira, sessenta eurodeputados de diferentes partidos do Parlamento Europeu pediram a presença "visível" da Comissão Europeia na marcha 'Budapest Pride', que terá lugar em junho. Este apelo surge numa altura em que cresce a preocupação com a repressão que a comunidade LGBTQ enfrenta na Hungria.

Segundo um documento citado pelo portal de notícias Euractiv, diversos deputados, incluindo as socialistas portuguesas Marta Temido e Carla Tavares, expressaram o seu "profundo desapontamento" ao saber que o gabinete da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, recomendou na segunda-feira que os comissários não desejassem participar no evento na capital húngara.

A Comissão Europeia afirmou não ter feito esse pedido, mas os eurodeputados continuam a pressionar para que Von der Leyen repense a posição daquela instituição. Na carta, acusam a Comissão de "não cumprir os seus deveres" e de demonstrar "fraqueza e falta de solidariedade" para com a comunidade LGBTQ europeia, instando-a a garantir uma presença marcante na marcha.

"Os defensores da liberdade e dignidade precisam ver que a União Europeia é uma verdadeira aliada", afirmaram os eurodeputados na missiva.

A CE aparenta estar a tentar evitar tensões com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, especialmente após o parlamento húngaro ter aprovado uma lei em março que pode levar à proibição das marchas do Orgulho e à vigilância dos participantes.

"Se a Comissão quer realmente se solidarizar com a comunidade LGBTIQ+, não pode evitar apoiar manifestações pacíficas por receio de 'provocar' o governo de Orbán", enfatizaram os 60 eurodeputados.

A pressão sobre a Comissão tem aumentado, com a presidente do grupo liberal Renovar a Europa, Valérie Hayer, a solicitar também medidas legais provisórias para viabilizar a marcha.

Recentemente, Portugal, juntamente com 16 outros Estados-membros da UE, assinou uma declaração que condena a repressão da comunidade LGBTQ na Hungria, instando a Comissão a agir e utilizar os recursos legais para anular a proibição da marcha prevista para junho.

A declaração, que conta com a assinatura de países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha e França, foi divulgada pelo governo neerlandês, responsável pela iniciativa.

Por sua vez, a Comissão Europeia não confirmou ainda os planos de viagem dos seus comissários para o final de junho. O comissário da Justiça, Michael McGrath, declarou ao Euractiv que, atualmente, não poderá participar na marcha 'Budapest Pride', mas não descarta a possibilidade de seguir as sugestões apresentadas por Temido, Tavares e os outros eurodeputados.

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#BudapestPride #DireitosLGBTQ #UniãoEuropeia