A consultora Oxford Economics prevê que a descida do índice PMI em maio seja indicativa de um potencial ciclo de instabilidade económica no país.
A Oxford Economics sugere que a diminuição do índice PMI (Purchasing Managers Index) em Moçambique, registada em maio, pode sinalizar o início de um ciclo de desafios económicos. Segundo a consultora britânica, os problemas orçamentais e a falta de liquidez cambial estão a comprometer o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), podendo refletir-se em novas quedas do indicador.
No mês de maio, o índice PMI sofreu o primeiro retrocesso em quatro meses, passando de 50,5 pontos em abril para 49,6. Este valor é significativo, pois está abaixo da linha neutra de 50, que indica uma deterioração nas condições do setor empresarial. O Standard Bank, responsável pelo inquérito, assinala uma "desvalorização das condições operacionais das empresas".
De acordo com o estudo, apesar de a produção e as novas encomendas terem continuado a crescer, a atividade no setor privado abrandou, evidenciando uma desaceleração pela primeira vez desde janeiro. A Oxford Economics adverte que a instabilidade política e a possibilidade de novos protestos poderão afetar negativamente a confiança empresarial.
Embora o índice tenha mostrado sinais de recuperação no início de 2025, após os tumultos de 2024, as tensões políticas ainda persistem. O acordo entre o governo e a oposição pode oferecer algum alívio, mas a possibilidade de novos distúrbios não pode ser descartada, especialmente à luz dos acontecimentos desastrosos que marcaram o último trimestre do ano passado.
Os dados mais recentes revelam que as taxas de crescimento diminuíram, levando muitas empresas a ajustar a suas aquisições e a manter o nível de emprego estável. Contudo, as perspetivas de futura atividade permanecem otimistas, embora com cautela.
Fáusio Mussá, economista-chefe do Standard Bank, destacou a volatilidade do índice PMI desde o fim de 2024, o que sugere uma recuperação da economia mais lenta do que o esperado após as eleições de outubro. O estudo conclui que, embora a produção e as novas encomendas estejam em crescimento, as empresas enfrentam contracções nas aquisições e nos stocks, o que acarreta uma redução nos custos de produção.