Os partidos chavistas garantiram 83,42% das vitórias nas eleições regionais e parlamentares na Venezuela, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, enquanto a oposição fala em abstenção acima de 85%.
No último domingo, os partidos chavistas que formam a coligação governamental na Venezuela conseguiram assegurar 83,42% dos votos nas eleições regionais e parlamentares, conforme revelou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão próximo ao regime de Nicolás Maduro.
Ao serem contabilizados 99,88% dos votos em todas as assembleias, a coligação Grande Polo Patriótico recebeu um total de 5.024.475 votos. O CNE também indicou que a taxa de participação foi de apenas 43,18% dos eleitores.
Em contrapartida, a Aliança Democrática, um conjunto de partidos minoritários, angariou 361.769 votos, o que resulta em 6,01% do total. Já o grupo Um Novo Tempo (UNT) - dissidente da principal coligação anti-Hugo Chávez - obteve 304.425 votos (5,05%), enquanto a Força da Vizinhança registou 141.588 votos (2,35%). Além disso, outras organizações políticas somaram 181.926 votos (3,02%) e foram contabilizados 8.813 votos nulos, representando 0,15%, segundo o vice-presidente do CNE, Carlos Quintero.
No que diz respeito à Assembleia Nacional, o CNE informou que 253 dos 285 assentos foram atribuídos aos chavistas. A Aliança Democrática conquistou 13 assentos, o UNT conseguiu 1, a Força da Vizinhança obteve quatro, e a Aliança do Lápis, um. Três lugares referentes à representação indígena permanecem por atribuir, com as eleições marcadas para o próximo domingo, juntamente com nove lugares nos conselhos legislativos regionais.
Os chavistas conseguirão governar em 23 dos 24 estados do país, incluindo a região de Essequibo, um território em disputa com a Guiana, enquanto apenas o estado de Cojedes, no oeste, será administrado pela oposição, cujo governador, Alberto Galíndez, foi reeleito.
Por outro lado, a oposição denunciou uma forte abstenção, superior a 85%, num contexto de crise política intensificada após a detenção do ex-deputado opositor Juan Pablo Guanipa, entre outros, sob a acusação de envolvimento em um suposto plano de "boicote" a estas eleições.
Até ao presente momento, o CNE ainda não divulgou os resultados dissecados destas eleições, verbas do pleito presidencial agendado para julho de 2024, que já proclamou Nicolás Maduro como vencedor, uma vitória contestada pela oposição, que reivindica o triunfo do seu candidato, Edmundo González Urrutia, e optou por não participar neste processo eleitoral.