O embaixador israelita na ONU acusou a organização de incitar à violência, ligando essa postura ao recente assassinato de dois funcionários da embaixada em Washington.
Na quarta-feira, Danny Danon, embaixador de Israel junto da ONU, expressou críticas contundentes à organização, acusando-a de "incitar" à violência e "espalhar o pânico" no contexto da situação em Gaza. Durante uma conferência de imprensa em Nova Iorque, Danon mencionou a responsabilidade de funcionários da ONU, como Tom Fletcher, o líder humanitário, que segundo ele, propaga "mentiras" ao acusar Israel de genocídio e afirmar que 14.000 bebés teriam morrido por falta de ajuda na Faixa de Gaza.
“Quando oficiais da ONU, como Tom Fletcher, fazem tais acusações, não estão a praticar ativismo; estão a incitar a violência. Essa alegação é completamente falsa e é notável que tenha sido proferida apenas dois dias antes do assassínio de Yaron e Sarah, dois membros da nossa embaixada em Washington, na semana passada,” destacou Danon.
O ataque resultou na morte de dois funcionários israelitas, com o suspeito, Elias Rodriguez, de 31 anos e natural de Chicago, a ser acusado de homicídio pelas autoridades norte-americanas. Após o tiroteio, Rodriguez foi detido no Museu Judaico, onde gritou "Palestina livre, livre".
Danon sublinhou a importância de responsabilizar aqueles cujos comentários irresponsáveis podem incitar à violência. “Israel atua com moderação mesmo face a mentiras. É crucial que a ONU deixe de espalhar o pânico e comece a focar na ajuda humanitária. É preciso colocar de lado o ego e cumprir a sua função,” acrescentou, reiterando que Israel não se desculpará por lutar contra o terrorismo.
No passado dia 13 de maio, o chefe humanitário da ONU criticou Israel por impor condições desumanas aos civis nos Territórios Palestinianos Ocupados, levantando questões à comunidade internacional sobre o que estão a fazer para evitar o genocídio.
O discurso de Tom Fletcher no Conselho de Segurança da ONU foi um dos mais duros sobre a guerra em Gaza, apelando a um despertar da consciência internacional sobre as "atrocidades do século XXI" que ocorrem diariamente na região.
A guerra começou em Gaza após um ataque inédito do grupo Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, resultando em cerca de 1.200 mortos e centenas de reféns. A resposta de Israel foi uma ofensiva massiva na Faixa de Gaza, que causou a morte de mais de 54.000 pessoas, na sua maioria civis, provocando uma crise humanitária sem precedentes e a destruição significativa das infraestruturas na região.