Uma multidão de estudantes e jovens manifestou-se em Daca, clamando por eleições gerais em dezembro, em meio a um crescente descontentamento com o Governo interino.
Hoje, um grande número de estudantes e jovens congregou-se em Daca, no Bangladesh, para exigir a realização de eleições gerais ainda em dezembro. O protesto surge em resposta ao aumento do descontentamento em relação ao Governo interino, que foi estabelecido após a saída da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina em agosto.
Ativistas de vários grupos associados ao Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), dirigido pela ex-primeira-ministra Khaleda Zia, manifestaram-se em frente à sede do partido, sob vigilância policial intensa.
Jahangir Hossain, um ativista estudantil, afirmou à agência de notícias Associated Press que "estamos aqui para responder ao apelo pela unidade dos jovens. Queremos democracia, queremos eleições. A próxima eleição deve ser realizada em breve, o mais tardar em dezembro. Estamos unidos pela democracia".
Esta manifestação teve lugar após um período de tensões políticas, intensificadas pela recente ameaça do líder interino, Muhammad Yunus, vencedor do Prémio Nobel da Paz, de se demitir, enquanto o chefe militar expressou apoio a uma votação em dezembro.
Khaleda Zia, que enfrentou problemas de saúde nos últimos anos, regressou recentemente ao seu país após quatro meses de tratamento em Londres e tem pressionado os líderes para que convoquem eleições.
A rival de Zia, Sheikh Hasina, encontra-se exilada na Índia desde o ano passado, após um levante popular que a derrubou, e o seu partido, a Liga Awami, foi banido pelo atual Governo interino.
O presidente em exercício do BNP, Tarique Rahman, também filho de Zia, participou por videoconferência no protesto desde Londres, onde está exilado. Reiterou os planos do partido para os jovens e enfatizou a urgência de realizar as eleições em dezembro, exortando os apoiantes a prepararem-se.
Nos últimos tempos, o Governo interino tem sido alvo de uma série de protestos, incluindo de professores e funcionários públicos. Organizações como a Human Rights Watch (HRW) criticaram o Governo por sua ineficiência em lidar com o crime organizado e por ameaçar as liberdades fundamentais.
Além disso, lideranças empresariais questionam o desempenho de Yunus, apontando para a fragilidade económica e a crescente agitação laboral. Embora tenha prometido reformas em setores cruciais como a lei eleitoral e os direitos das mulheres, sua gestão tem sido vista como lenta, com críticos alegando que ele promove táticas para perpetuar seu poder.