O arquipélago de Cabo Verde atinge 51,69 pontos no Índice de Prestação de Serviços Públicos, ultrapassando a média africana, segundo o Banco Africano de Desenvolvimento.
Cabo Verde destaca-se na prestação de serviços públicos, alcançando 51,69 pontos em 100 no primeiro Índice de Prestação de Serviços Públicos (PSDI), que foi apresentado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Este resultado coloca o país acima da média do continente africano, que é de 45,39 pontos.
O estudo abrangeu cinco dimensões críticas, revelando que a inclusão socioeconómica é a área com a melhor avaliação, atingindo 66,81 pontos, seguida pela energia e eletricidade com 64,21 pontos. A industrialização obteve 47,32, a integração regional 45,94, e a soberania alimentar contabilizou 39,58 pontos.
Realizado em 2024, o inquérito aos agregados familiares de Cabo Verde indica que a qualidade dos serviços prestados é considerada "moderadamente satisfatória". Contudo, o arquipélago enfrenta desafios significativos como a produção agrícola fragmentada, a alta vulnerabilidade às alterações climáticas, e ineficiências logísticas no transporte entre as ilhas.
A presença de tecnologias "obsoletas e vulneráveis" na agricultura é um fator que limita a produtividade, enquanto os setores industriais lidam com custos elevados de eletricidade e insuficiências em tecnologia e formação profissional.
Entre os 53 países analisados, Cabo Verde destaca-se como o melhor colocado entre os países de língua portuguesa, ocupando a 12.ª posição no continente. Na liderança do ranking, as ilhas Maurícias obtiveram 59,96 pontos, seguidas pelo Egipto e pela África do Sul, com 58,99 e 58,89 pontos, respetivamente.
O BAD descreveu o PSDI como uma ferramenta inovadora que oferece informações cruciais para facilitar melhorias na prestação de serviços públicos essenciais. A organização salientou a necessidade urgente de abordar a qualidade dos serviços em África e a importância de avaliar esses serviços sistematicamente, uma lacuna que o novo índice pretende preencher.
Elaborado pelo Instituto Africano de Desenvolvimento em parceria com diversas partes interessadas, o relatório visa iniciar discussões sobre como melhorar a transparência e a responsabilização na prestação de serviços públicos. O índice será revisto e atualizado em relatórios bienais futuros.