Um tribunal em Israel decidiu manter Sanaa Salameh em detenção, sob acusações de incitação e simpatia por terroristas. A sua prisão ocorre após a morte do marido, um activista palestiniano.
Um tribunal israelita determinou hoje que Sanaa Salameh, uma activista da minoria árabe israelita e viúva do escritor palestiniano Walid Daqqa, deve permanecer em prisão preventiva até 3 de junho. A decisão surge na sequência da sua detenção ocorrida na passada quinta-feira e é baseada em alegações de "provocação e simpatia por organizações terroristas", de acordo com o seu advogado, Fadi Bransi.
Walid Daqqa, que passou quase 38 anos encarcerado por acusações relacionadas com o sequestro e homicídio de um soldado israelita, faleceu em abril de 2024. O corpo de Daqqa permanece sob custódia das autoridades israelitas. A detenção de Sanaa foi motivada por um pedido do ministro da Segurança Interna de Israel, Itamar Ben Gvir, que solicitou a sua expulsão com base numa legislação que permite esta medida contra famílias de supostos terroristas.
No seu pedido, Ben Gvir indicou que o procurador-geral havia concordado em investigar Sanaa devido a publicações nas redes sociais que foram interpretadas como incitamento à violência contra Israel e suas forças armadas. O advogado Bransi contestou as acusações, afirmando que "não foram apresentadas provas substanciais" e denunciou a situação como uma "perseguição política". Sublinhou ainda que a família tem sido alvo de represálias desde a prisão de Daqqa em 1986, e que qualquer pedido de Sanaa para recuperar o corpo do marido tem sido tratado como um ato de terrorismo.