O Conselho de Governadores do BCE optou por uma redução de 25 pontos base nas taxas de juro, com apenas um membro dissentindo da decisão, revelou Christine Lagarde.
No seu encontro realizado hoje em Frankfurt, o Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu por uma redução nas taxas de juro diretoras, diminuindo a taxa relacionada à facilidade permanente de depósito para 2,00%, o nível mais baixo desde o final de 2022. Simultaneamente, as taxas das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez foram ajustadas para 2,15% e 2,40%, respetivamente.
Este movimento, que marca o oitavo corte neste ciclo de afrouxamento da política monetária, começará a ter impacto a partir de 11 de junho. Durante a conferência de imprensa subsequente ao anúncio, a presidente do BCE, Christine Lagarde, indicou que a instituição está a encerrar um ciclo de política monetária que teve em resposta a vários choques, incluindo a pandemia de covid-19, o conflito na Ucrânia e a crise energética que levaram a um aumento significativo nos preços.
Lagarde não confirmou diretamente que uma pausa nas reduções de taxas esteja prevista, mas mencionou que "estamos a chegar ao fim de um ciclo" e destacou que o BCE se encontra em "boa posição" para enfrentar as incertezas económicas relacionadas com as negociações de direitos aduaneiros.
Apesar de haver incertezas quanto aos desfechos dessas negociações entre a União Europeia e os Estados Unidos, Lagarde expressou otimismo. O BCE acredita ainda ser capaz de alcançar a sua meta de inflação a médio prazo, fixada em 2%. "Estamos bem posicionados. Estamos numa boa posição", disse ela.
A previsão do BCE indica que a inflação generalizada deverá decair, em grande parte, devido à diminuição dos preços da energia e à valorização do euro, com as estimativas apontando para 2% em 2025, 1,6% em 2026 e 2,0% em 2027.