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Bastien Vivès enfrenta tribunal por alegações de pornografia infantil

há 8 horas

O famoso autor de banda desenhada francês Bastien Vivès está sob julgamento em Paris, acusado de apologia à pornografia de menores em suas obras.

Bastien Vivès enfrenta tribunal por alegações de pornografia infantil

O autor francês de banda desenhada Bastien Vivès deu início ao seu julgamento esta terça-feira em Nanterre, nos arredores de Paris, enfrentando acusações graves de apologia à pornografia infantil através dos seus desenhos. As alegações centram-se especificamente em duas obras: 'Petit Paul' e 'La décharge mentale', que retratam interações sexuais entre adultos e menores.

No decurso deste processo legal, que se estende até quarta-feira, Vivès pode ser condenado a até cinco anos de prisão e a uma multa de 75.000 euros. Juntamente com o autor, as editoras Les Requins Marteaux e Glénat também estão sob julgamento, acusadas de "distribuição de imagens pornográficas de menores".

O advogado de defesa, Richard Malka, argumentou durante a audiência que "um escritor de histórias de detetives não pode ser responsabilizado pelos crimes das suas personagens", tecendo críticas à forma como algumas entidades de proteção infantil abordam a questão, defendendo a proteção de "crianças fictícias em vez das crianças reais".

Vivès, de 41 anos, optou por permanecer em silêncio perante o tribunal. Contudo, o seu advogado reiterou a inocência do autor, afirmando que "nunca houve qualquer incitação ou apologia da pedofilia nas obras de Bastien Vivès". Este julgamento surge após várias associações de proteção de menores terem apresentado queixa em janeiro de 2023, visando especificamente os dois livros em questão. A Fundação para a Infância denunciou, na sua queixa, "representações de menores em contextos sexualmente explícitos", alegando um caráter pornográfico das ilustrações.

Em dezembro de 2022, o festival de banda desenhada de Angoulême decidira cancelar uma exposição dedicada a Vivès, após protestos e ameaças contra o autor. Apesar de defender a liberdade de expressão do artista, o evento optou por suspender a exposição devido a preocupações com a segurança de todos os envolvidos.

Em declarações à imprensa na altura, Vivès negou as acusações, afirmando: "Não sou pedófilo e isso não é uma fantasia. Quem ler os meus livros com honestidade perceberá isso".

Galardoado anteriormente em Angoulême, Vivès é conhecido por obras como 'Polina' e 'Uma irmã' - ambas com edição em Portugal - assim como por 'Le goût du chlore' e por coautorizar a série 'Lastman', além de livros como 'A rainha da Babilónia' e 'Oceano Negro'.

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