Riyah Mansour fez um discurso tocante no Conselho de Segurança, lamentando a fome e o sofrimento das crianças na Faixa de Gaza devido à ofensiva israelita.
Na sede das Nações Unidas, o embaixador da Palestina, Riyah Mansour, foi tomado pela emoção ao descrever o trágico estado das crianças na Faixa de Gaza em meio à ofensiva militar israelita.
Com lágrimas nos olhos, Mansour afirmou: "As crianças estão a morrer à fome. As imagens das mães a abraçar os seus filhos sem vida, acariciando-lhes os cabelos e pedindo desculpa é algo que se torna insuportável." A sua voz embargada refletia a dor sentida por muitos palestinianos, enquanto sublinhava a sua impotência para ajudar.
O embaixador, que mencionou ter netos, explicou a relevância desse laço familiar: "Eu tenho netos. Eu sei o que eles significam para as suas famílias. Ver a população palestiniana a sofrer sem que haja uma resposta solidária é algo que ultrapassa a compreensão humana. A fome e a destruição estão a consumir as crianças palestinianas e isso provoca uma indignação imensa entre os palestinianos em todo o mundo."
Este não é um caso isolado para Mansour, que habitualmente expressa a dor do seu povo na ONU. No início do ano, ele relembrou as palavras de um médico que perdeu a vida devido a um ataque israelita, citando a sua mensagem poignante: "Quem ficar até ao fim que conte a nossa história. Fizemos tudo o que podíamos. Lembrem-se de nós."
O conflito eclodiu após um ataque do grupo Hamas em Israel no dia 7 de outubro de 2023, que resultou em aproximadamente 1.200 óbitos e a captura de centenas de reféns. Israel retaliou com uma ofensiva massiva na Faixa de Gaza, resultando em mais de 54.000 mortes, predominantemente civis, agravando uma já crítica crise humanitária e desestabilizando a região do Médio Oriente. A devastação também se alargou às infraestruturas da Gaza, que está sob controlo do Hamas desde 2007.