A cidade de Sarajevo enfrenta uma infestação por roedores, com casos de leptospirose a preocupar as autoridades de saúde.
Recentemente, Sarajevo, a capital da Bósnia e Herzegovina, tem enfrentado uma situação alarmante devido à proliferação de ratos, especialmente nas margens do rio Miljacka e em contentores de lixo que transbordam. O aumento deste problema não só afeta a qualidade de vida, mas também levanta sérias questões de saúde pública.
A BBC reportou que, apenas numa janela de 24 horas, foram diagnosticados 12 novos casos de leptospirose, uma infecção comumente referida como 'febre dos ratos'. Esta doença é causada por uma bactéria do género Leptospira, que é eliminada na urina de animais contaminados. Os humanos podem contrair a infecção através do contacto direto ou indireto com esta urina.
Os ratos representam um dos principais vetores de transmissão, contaminando tanto a água como o solo, o que aumenta o risco de infecção em seres humanos. Além do contacto com urina infectada, o consumo de alimentos também pode resultar em contaminação.
Os sintomas típicos da leptospirose incluem febre, arrepios, dores musculares e cefaleias. Nos casos mais severos, a doença pode evoluir para complicações graves, como insuficiência renal, dificuldades respiratórias e perturbações do sistema nervoso central, que podem necessitar de internamento e até hemodiálise. O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, visando eliminar a bactéria e mitigar os sintomas.
O fenómeno da leptospirose não é exclusivo da Bósnia. A Organização Mundial de Saúde estima que anualmente ocorram cerca de 873 mil casos a nível global, resultando em mais de 40 mil óbitos.
Em Portugal, também se registaram casos de leptospirose. Entre 2010 e 2021, foram notificadas 713 ocorrências, das quais 328 (cerca de 46%) provinham dos Açores, segundo o Hospital da Luz. Este dado ressalta a pertinência do tema e a necessidade de medidas eficazes para prevenir futuros surtos.