A Alemanha negou entrada a 160 requerentes de asilo nas primeiras quatro semanas de uma nova política migratória, gerando controvérsia e desafios legais.
A Alemanha, sob a liderança do novo chanceler, Friedrich Merz, adotou uma postura rígida em relação à migração, recusando a entrada a 160 requerentes de asilo nas fronteiras desde a implementação da nova medida.
De acordo com os dados divulgados pela polícia, entre 8 de maio e 4 de junho, foram registradas 4.128 tentativas de entrada irregular através das fronteiras terrestres. Durante este período, 3.278 indivíduos foram impedidos de cruzar para o país, muitos dos quais foram objecto de "devoluções a quente". É importante notar que, entre aqueles que tentaram pedir asilo, apenas 46 pessoas, pertencentes a grupos vulneráveis como crianças e mulheres grávidas, tiveram a possibilidade de formalizar o seu pedido.
Além disso, durante as operações de controle, a polícia deteve 859 pessoas com ordens de captura e 139 presumíveis traficantes de seres humanos, enquanto 184 indivíduos previamente expulsos foram novamente interceptados nas fronteiras.
A política migratória foi um tema central na campanha eleitoral para as legislativas de 23 de fevereiro, onde a ascensão da extrema-direita e os ataques perpetrados por estrangeiros intensificaram o foco na questão. Merz prometeu que, se fosse eleito, impediria a entrada de requerentes de asilo. Assim, no dia seguinte à sua tomada de posse, o Ministério do Interior ordenou reforços nos controles fronteiriços e a negação de passagem a migrantes em situação irregular, independentemente da intenção de solicitar asilo.
No entanto, esta semana, o governo enfrentou um revés judicial, quando um tribunal acatou os pedidos de três cidadãos somalis que tinham sido rejeitados na fronteira com a Polónia. O tribunal determinou que as autoridades devem avalizar cada situação individualmente, conforme estipulado no Regulamento de Dublin.
Apesar do desafio judicial, o governo de Merz garantiu que irá continuar a aplicar esta política, cuja base legal é questionada por diversos críticos, e anunciou a intenção de contestar a decisão judicial.