Economia

"Presidente da CGD comenta sobre a possível aquisição do Novo Banco"

há 1 dia

O presidente da CGD afirmou que a compra do Novo Banco pode vir a ser complicada devido às regras de concorrência e que a Caixa não ficará passiva no mercado.

"Presidente da CGD comenta sobre a possível aquisição do Novo Banco"

No decurso de uma conferência de imprensa dedicada à apresentação dos resultados do primeiro trimestre, onde a CGD anunciou lucros de 393 milhões de euros, Paulo Macedo, presidente da entidade, foi interpelado repetidamente sobre a eventual aquisição do Novo Banco.

Macedo mostrou-se relutante em aprofundar o assunto, referindo que não haveria nenhuma novidade a partilhar e acrescentou que é improvável que alguém anuncie publicamente os seus planos de compra durante uma conferência. "Não estou a ver que alguém revele numa conferência de imprensa que vai comprar o Novo Banco ou não", afirmou.

Embora tenha evitado entrar em pormenores, o gestor discutiu alguns cenários que poderiam surgir em torno do banco público. A propósito de uma possível aquisição da totalidade do Novo Banco, sublinhou que tal criação de uma entidade excessivamente grande poderia contrabalançar as iniciativas de concorrência existentes, exigindo assim a implementação de ‘remédios’ que pudessem reduzir a dimensão do banco público.

"As regras de concorrência são claras. A concentração de mercado seria significativa e acarretaria a necessidade de um conjunto extenso de remédios", explicou Macedo.

O líder da CGD indicou que a entidade irá explorar "outras alternativas", sem oferecer mais detalhes. Quando confrontado com a possibilidade de incrementar a quota no setor empresarial, talvez mediante a compra de uma parte do Novo Banco, Paulo Macedo referiu que "essa separação [das atividades do Novo Banco] seria complexa".

Ainda assim, deixou uma mensagem clara, ressaltando que a CGD não ficaria inativa enquanto outros tomam a iniciativa, aludindo a um poema de Mário Henrique Leiria com foco na importância de agir.

Por outro lado, ao comentar as declarações do ministro das Finanças sobre a questão da presença espanhola no setor bancário, Macedo reiterou que possuir uma porção expressiva da banca portuguesa sob controlo espanhol não é benéfico para o país. "Não é saudável para Portugal ter 50% da banca em mãos espanholas", sublinhou.

O presidente da CGD também abordou a questão do capital do banco público, mencionando que, devido ao seu excesso de capital, a CGD poderá optar por investir mais ou aumentar a distribuição de dividendos aos acionistas.

Atualmente, a CGD é totalmente detida pelo Estado. A Lone Star, principal acionista do Novo Banco, anunciou uma intenção de venda de parte do banco este ano, levantando a questão sobre o futuro da participação do Estado e do Fundo de Resolução na instituição financeira.

Recentemente, o jornal de negócios reportou que a Lone Star avaliava o Novo Banco em 5.000 milhões de euros, e em junho de 2024, o Fundo de Resolução adquiriu parte das ações, sugerindo uma avaliação superior a 3.000 milhões de euros.

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#CGD #NovoBanco #MercadoBancário