O CEO da CGD, Paulo Macedo, defende que Portugal deve optar entre taxas fiscais mais baixas e uma melhoria significativa na eficiência dos serviços públicos.
Durante uma conferência de imprensa que marcou a apresentação dos resultados financeiros do primeiro trimestre da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o presidente executivo, Paulo Macedo, sublinhou a necessidade de Portugal "fazer escolhas". Com lucros a recuar 0,5% para 393 milhões de euros, Macedo salientou que a única forma de reduzir a carga fiscal é através da diminuição da despesa pública.
Questionado sobre a competitividade do país, referiu que é fundamental debater se se deve apostar em impostos mais baixos ou, por outro lado, na melhoria da burocracia e na eficiência dos serviços públicos. "Queremos ser mais competitivos, mas como vamos garantir isso? É importante perceber que a carga fiscal pode ser um fator, mas a qualidade dos serviços também conta", afirmou.
O CEO questionou a disponibilidade dos investidores para aceitar uma maior carga fiscal se, por exemplo, o sistema judicial fosse mais ágil e os processos burocráticos se tornassem mais rápidos e eficientes.
Durante este período, a CGD pagou 228,75 milhões de euros em impostos, um aumento de 1,1% em relação ao ano anterior. Macedo garantiu que o banco cumpre com o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) e efetua o pagamento das taxas normais.
No entanto, ele criticou os impostos adicionais e referiu que, em alguns casos, estes já foram considerados inconstitucionais pelos tribunais. "Se estivesse no Governo, a redução das taxas da banca não seria a prioridade, embora reconheça que todos queremos pagar menos impostos", concluiu.