O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, denunciou a intenção de alguns partidos de alterar a Constituição, argumentando que o povo precisa de direitos efetivos e não de "golpes".
No âmbito de um comício realizado em Almada, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, expressou a sua preocupação relativamente aos partidos que pretendem modificar a Constituição, acusando-os de querer "dar um golpe". Rememorou a frase de Álvaro Cunhal: "perante a ofensiva da direita, ninguém arreda pé".
Durante o evento, com a presença de numerosos apoiantes na Rua Capitão Leitão, Raimundo defendeu que a Constituição "deve ser traduzida na vida quotidiana das pessoas". Destacou a importância de artigos relacionados com direitos laborais, acessibilidade à educação e cultura, e garantias sociais, como o direito à habitação e à saúde.
O líder comunista referiu a necessidade urgente de revisar a "política anticonstitucional" atualmente em vigor e os responsáveis por esta situação. Segundo ele, os partidos que propõem alterações visam ainda "um assalto à Segurança Social" e maior precariedade nas leis laborais.
Raimundo considerou que esta é uma oportunidade para fomentar a exigência do cumprimento efetivo da Constituição, alertando que as tentativas de mudança poderiam “sair-lhes o tiro pela culatra”.
Sobre o Programa do XXV Governo, o PCP defendeu a sua rejeição, afirmando ter pleno conhecimento das consequências que se avizinham. Contestou a ideia de que ainda é cedo para reagir, sublinhando que este é o momento certo para evidenciar quem apoia ou se conforma com estas políticas.
Referindo-se às recentes eleições legislativas, Raimundo lamentou que o espírito de mobilização observado na campanha não se tenha refletido nos resultados finais, encorajando os apoiantes a não perderem essa dinâmica.
Concluindo a sua intervenção, reiterou a determinação do PCP em resistir às pressões da direita, evocando as palavras de Álvaro Cunhal e reafirmando que, diante da ofensiva da direita, “ninguém arreda pé”.
Até ao momento, com os votos dos círculos da emigração ainda a serem contabilizados, o PS mantém-se como o segundo partido mais votado, seguido pelo Chega, IL e Livre, enquanto a CDU (PCP/PEV) assegurou a eleição de três deputados, todos do PCP.