Catarina Martins expressa alívio pela permanência de Mariana Mortágua à frente do Bloco de Esquerda, sublinhando a importância da estabilidade antes das eleições autárquicas.
Catarina Martins, eurodeputada e ex-coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), manifestou este sábado um sentimento de alívio pela decisão de Mariana Mortágua em não se demitir, particularmente em um período crítico com as eleições autárquicas à porta. "A queda" nas eleições legislativas de 18 de maio foi, segundo Martins, um desafio que afetou todo o partido e não apenas a atual líder.
"É fundamental que, mesmo em tempos difíceis, como os que o BE está a atravessar, mantenhamos a nossa capacidade de organização e resposta", revelou Catarina Martins em entrevista à CNN Portugal. Ela enfatizou a irresponsabilidade que poderia resultar da falta de uma direção que guiasse o partido nesta fase complicada e expressou gratidão pela responsabilidade assumida por Mortágua.
Sobre a decisão do Partido Socialista (PS) de escolher um novo líder, Martins respeita a escolha dos socialistas, embora considere que não é a melhor abordagem, dado o pouco tempo que resta até às autárquicas e as difíceis decisões que precisam de ser tomadas.
A atual direção do BE manter-se-á em funções até às eleições autárquicas, após o que uma nova Convenção Nacional será convocada. Catarina Martins fez questão de recordar que a recente queda do BE não deve ser atribuída apenas a Mariana Mortágua, pois "Foi um retrocesso de todos nós." Ela alertou para a necessidade de analisar os problemas de forma coletiva.
Em relação a um caso polémico envolvendo despedimentos de mães em 2022, Martins assumiu parte da responsabilidade, destacando que esse episódio “apareceu recentemente para atacar a Mariana Mortágua”. Ela defendeu que deveria ter sido ela a abordar a questão, lembrando que Mortágua não esteve envolvida nesse processo, e reiterou que o BE tomou medidas para proteger os direitos dos trabalhadores.
Mariana Mortágua anunciou ainda a convocação da XIV Convenção do partido para os dias 29 e 30 de novembro, iniciando um novo ciclo para apresentação de candidaturas nos órgãos nacionais. Após as últimas eleições, os bloquistas atingiram o seu pior resultado de sempre, com uma significativa diminuição de votos e de representação parlamentar.