Rui Tavares, do Livre, exorta a coligação governamental a abster-se de uma revisão constitucional na presente legislatura e insta a esquerda a refletir rapidamente antes das autárquicas.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, manifestou hoje a sua preocupação junto da coligação PSD/CDS-PP, instando-a a não promover uma revisão constitucional nesta legislatura, especialmente dada a nova composição do parlamento. Após uma audiência com o Presidente da República no Palácio de Belém, Tavares defendeu que Luís Montenegro, ao ser indigitado como primeiro-ministro, deve deixar claro que a atual legislatura não é o espaço adequado para tal revisão.
Acompanhado pela co-porta-voz do partido, Isabel Mendes Lopes, e pelos deputados Jorge Pinto e Patrícia Gonçalves, Tavares frisou que a coligação deve rejeitar a revisão ou, no mínimo, assegurar que qualquer alteração à Constituição requer um consenso que envolva um mínimo de três quartos da Assembleia da República, contemplando assim o centro-esquerda.
Os comentários de Tavares surgem na sequência da Iniciativa Liberal, liderada por Rui Rocha, ter anunciado planos para apresentar um projeto de revisão que visa reduzir o “papel central” do Estado na economia. Tavares criticou a abordagem da IL, afirmando que, ao sugerirem esta alteração agora, enviam a mensagem de que “gostam de mandar gasolina para o fogo”, referindo também que o tema não foi discutido durante a campanha eleitoral, o que compromete a legitimidade de qualquer revisão.
Tavares ainda alertou a esquerda para a necessidade de uma reflexão rápida acerca dos resultados das recentes eleições, sublinhando que não é tempo de perder margem para reflexão, especialmente com a ascensão do Chega em muitos concelhos do país durante os últimos escritos.
Por fim, informou que, embora ainda faltem resultados a apurar, tanto o PS como o Chega obtiveram 58 deputados, com ligeira vantagem para os socialistas em número de votos.