Divergência dentro do BCE sobre cortes nas taxas de juros

Durante a reunião de 17 de abril, alguns membros do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) expressaram que preferiam uma redução de 50 pontos base nas taxas de juros dos depósitos bancários, em vez do ajuste de 25 pontos base que foi finalmente acordado.

Segundo a ata tornada pública hoje, os governadores relataram que se sentiriam mais confortáveis com um corte mais acentuado, uma vez que, na sua perspectiva, "os riscos negativos para o crescimento aumentaram", influenciados pela política monetária dos EUA, apesar de considerarem que "o conflito comercial permanece relativamente calmo".

Esses membros argumentaram que a incerteza económica já estava a impactar o consumo e o investimento, elevando os riscos de uma queda na inflação. Além disso, mencionaram que um corte mais significativo na taxa de juros poderia ajudar a mitigar os efeitos adversos do aumento das taxas de juros do mercado, dos alargamentos nos spreads de títulos corporativos e da diminuição dos preços das ações.

Os membros do conselho concordaram que, embora surpreender os mercados como o BCE já fez anteriormente não deva ser descartado, a decisão final foi pela redução de 25 pontos base, fixando a taxa em 2,25%.

Os mercados aguardam ansiosamente uma nova potencial redução de 25 pontos base na próxima reunião, marcada para o início de junho, embora alguns membros do BCE tenham manifestado, de forma pública, incertezas sobre essa possibilidade, enfatizando a necessidade de uma abordagem cautelosa.