José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura, critica legislação da UE em conferência e ressalta a necessidade de adaptação às novas realidades no setor agrícola.
Na sétima Conferência para a Competitividade, organizada pela Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) com o tema "Alimentar a Economia", o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, expressou a sua preocupação com a atual legislação da União Europeia, considerando-a repleta de "disparates" e defendendo uma urgente revisão.
Durante a sua intervenção no Centro Cultural de Belém (CCB), Fernandes questionou as restrições que proíbem o uso de drones para a pulverização e ressaltou a importância da robótica na agricultura moderna.
O ministro sublinhou que a agricultura é crucial não só do ponto de vista económico, mas também estratégico, destacando a necessidade de promover a investigação e a digitalização nesta área. "A agricultura é também defesa", afirmou, enfatizando a relevância de desenvolver planos de contingência para lidar com possíveis novas pragas ou crises, incluindo "apagões".
Referindo-se aos atuais desafios, Fernandes alertou para a necessidade de estar preparado para novas pandemias que possam advir das alterações climáticas. Além disso, o ministro identificou a falta de opções de seguros agrícolas em Portugal como uma problemática significativa. "Temos uma falha de mercado nesta área, e seria essencial que existisse uma garantia europeia que pudesse facilitar seguros mais acessíveis", disse.
Por fim, abordou a questão da natalidade que, segundo ele, apresenta "consequências brutais" para o futuro do país. "A população vive cada vez mais, mas nascem menos crianças, o que inevitavelmente nos leva a necessitar de imigração", concluiu o governante.