A Necessidade de Diálogo na Esquerda para as Eleições

Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), expressou hoje a indispensável necessidade de diálogo entre os partidos de esquerda, sublinhando que "a Esquerda precisa de conversar" para evitar uma revisão constitucional indesejada e abordar as próximas eleições autárquicas e presidenciais.

Em declarações à imprensa após uma reunião da Mesa Nacional do BE em Lisboa, Mortágua afirmou que a urgência desta conversa é mais premente do que nunca, especialmente após as recentes eleições legislativas, que resultaram na vitória da Aliança Democrática (AD), uma coligação de forças de direita que agora controla a Assembleia da República.

A líder do BE advertiu que uma possível revisão constitucional nas mãos da extrema-direita ou da direita extrema representa uma ameaça à liberdade individual e coletiva. "É crucial que nos oponhamos à revisão que pode colocar em risco instituições como o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública e o Estado Social", afirmou Mortágua.

Além disso, a líder do BE chamou a atenção para a importância das eleições presidenciais de janeiro de 2026, enfatizando a necessidade de encontrar uma personalidade que represente um "contrapeso democrático" e que promova valores humanistas, direitos humanos, e a defesa da Constituição. "A Esquerda deve unir esforços e dialogar sobre esta candidatura", afirmou.

Com as eleições autárquicas à vista, previstas para setembro ou outubro, Mortágua reiterou a importância de formar alianças com outros partidos de esquerda para eleger vereadores que defendam políticas sociais e ambientais. "Precisamos demonstrar as vantagens de políticas que protejam o ambiente e a qualidade de vida", disse.

Os diálogos entre os partidos de esquerda estão a decorrer e devem intensificar-se para garantir uma alternativa viável nas próximas eleições locais. Mortágua revelou, após uma audiência com o Presidente da República no Palácio de Belém, que o BE está em conversações com o Livre e o PAN para colaborarem em projetos convergentes nas autarquias. A coordenadora mostrou-se aberta à possibilidade de alianças também com o PS em Lisboa, com o objetivo de derrotar o atual presidente da Câmara, Carlos Moedas.