JJ, recém-coroado campeão da Eurovisão com 'Wasted Love', clama por mais transparência no voto e deseja uma edição futura em Viena, excluindo Israel.
O artista austríaco JJ, que conquistou a Eurovisão na sua 69.ª edição com a canção 'Wasted Love', expressou a sua insatisfação em relação à participação de Israel no festival, afirmando que gostaria que a próxima edição fosse realizada em Viena, mas sem a presença do país.
Em uma conversa com o jornal espanhol El País, JJ, de 24 anos, partilhou a sua visão sobre a necessidade de mudanças no concurso, especialmente no que tange ao sistema de votação e à inclusão de determinados participantes. "A votação deste ano gerou muitas dúvidas; deveria haver mais clareza no televoto", afirmou.
O cantor, que tem origem austríaca e filipina e passou a infância no Dubai, revelou ainda o seu desejo de usar a visibilidade proporcionada pela Eurovisão para lutar pelos direitos da comunidade 'queer' e promover a igualdade. "É trágico ver como o estigma ainda persiste e como a Europa está a caminhar no sentido contrário aos direitos humanos", lamentou.
A participação de Israel na Eurovisão foi especialmente controversa devido à recente ofensiva na Faixa de Gaza, e a votação popular, que concedeu 297 pontos à actuação israelita de Yuval Raphael, suscitou críticas. O júri profissional, por sua vez, atribuiu-lhe apenas 60 pontos.
A televisão pública espanhola RTVE já pediu uma total reavaliação do televoto, enquanto a VRT da Bélgica exigiu esclarecimentos sobre o sistema de votação e levantou a possibilidade de não participar em futuras edições do festival.
Israel ficou em segundo lugar, enquanto a Áustria triunfou nos momentos finais, numa edição marcada por controvérsias e uma dura realidade humanitária.