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União Europeia e Reino Unido: Urgência na Cooperação contra Ameaças Híbridas

há 1 dia

Ana Catarina Mendes, eurodeputada socialista, defende em Londres a colaboração entre a UE e o Reino Unido para neutralizar as ameaças híbridas de regimes autoritários como a Rússia e a China.

União Europeia e Reino Unido: Urgência na Cooperação contra Ameaças Híbridas

A eurodeputada socialista Ana Catarina Mendes enfatizou na sua visita a Londres que é imperativo que a União Europeia (UE) e o Reino Unido colaborem para se protegerem das ameaças híbridas provenientes de países autoritários, como a Rússia e a China. Esta afirmação foi feita durante uma missão da Comissão Especial sobre o Escudo Europeu da Democracia (EUDS), onde o grupo se dedicou a estudar a experiência britânica no combate à interferência estrangeira.

Recordando o pacto de segurança e defesa firmado em maio na primeira cimeira pós-Brexit entre a UE e o Reino Unido, Mendes frisou que a defesa da democracia deve incluir uma ampla gama de estratégias além das ações militares. "Estamos sob ataque, não apenas em termos de segurança militar, mas também em defesa da democracia face a agressões externas", declarou à Agência Lusa.

A eurodeputada referiu que as ameaças híbridas dispararam na Europa após a invasão da Ucrânia, com serviços secretos nacionais a alertar para um aumento de ataques que visam desestabilizar democracias, quer durante eleições quer em infraestruturas essenciais. De acordo com especialistas, a ofensiva híbrida russa engloba ciberataques, desinformação e sabotagem, criando instabilidade e receio nas sociedades.

Nos últimos meses, diversos países europeus foram alvo de danos em infraestruturas vitais, incluindo cabos de dados submarinos no Mar Báltico, enquanto diversos ataques incendiários levantam suspeitas sobre uma possível organização por parte da Rússia.

Mendes, que actua como relatora sombra na EUDS, mencionou a crescente evolução dos ataques híbridos, alertando que "vivemos uma guerra contra um inimigo invisível, que opera nas redes sociais, onde a opacidade da sua origem de financiamento dificulta a sua identificação." 

A eurodeputada expressou a sua preocupação com o aumento do extremismo e populismo em Portugal, afirmando que o país deve manter-se vigilante para continuar a fortalecer a sua democracia. "Estamos perante um cenário que exige atenção e ação continua," salientou.

A missão da EUDS é desenvolver soluções práticas para melhorar a resistência da UE às ameaças híbridas, com a previsão de um primeiro relatório em setembro, que será discutido até o final de 2025 ou início de 2026.

A Comissão Europeia, por sua vez, está prestes a apresentar uma estratégia em resposta ao crescimento e sofisticação dessas ameaças de "atores estrangeiros malignos".

A líder da EUDS, Nathalie Loiseau, sublinhou a criação de uma "aliança de regimes autoritários", incluindo Rússia, China, Irão e Coreia do Norte. "Os desafios são comuns, e é essencial que a UE e o Reino Unido colaborem, uma vez que a isolação não é uma alternativa viável", afirmou.

Loiseau também observou que, embora os Estados Unidos sejam um aliado vital, certas intervenções na política europeia devem ser abordadas com cautela. "Os EUA devem entender que, assim como não interferimos nos seus assuntos internos, também esperamos que eles respeitem a nossa autonomia," concluiu.

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#CooperaçãoInternacional #AmeaçasHíbridas #DefesaDemocrática