O Presidente queniano, William Ruto, pediu desculpa à Tanzânia após controvérsias sobre a detenção do ativista Boniface Mwangi, que alegou torturas durante a custódia.
Na passada quarta-feira, o Presidente do Quénia, William Ruto, fez um apelo à reconciliação ao pedir desculpas à Tanzânia, em resposta às preocupações levantadas pelo seu governo em relação à detenção do ativista Boniface Mwangi. Este ativista, conhecido por denunciar abusos dos direitos humanos, foi preso pelas autoridades tanzanianas, desencadeando uma onda de críticas e declarações inquietantes.
Ruto, durante um evento em Nairobi, afirmou: “Aos nossos vizinhos tanzanianos, se de alguma maneira vos ofendemos, pedimos desculpa. Se houve erro da nossa parte, solicitamos desculpas.” Ele acrescentou que o Quénia estava disposto a reconhecer quaisquer falhas cometidas, especialmente após a reação considerada insatisfatória ao que ocorreu na Tanzânia.
A tensão emergiu após a detenção de Mwangi e da advogada ugandesa Agather Atuhaire, que estavam em viagem para assistir ao julgamento do líder da oposição tanzaniana, Tundu Lissu. Enquanto foram mantidos em custódia, ambos foram privados de comunicação e informação acerca do seu estado de saúde, levando à indignação pública.
Após a libertação, Atuhaire denunciou ter sofrido agressões sexuais durante a detenção, enquanto Mwangi falou sobre incidentes de tortura. O governo queniano expressou a sua preocupação numa carta dirigida às autoridades da Tanzânia, sublinhando a recusa de acesso consular para os seus representantes e a falta de informações relativas ao ativista.
É relevante notar que, antes da sua detenção, Mwangi e Atuhaire conseguiram entrar na Tanzânia, ao contrário de outras figuras políticas quenianas proeminentes que foram deportadas ao tentarem fazer o mesmo. Esta situação reflete a crescente repressão contra dissidentes na Tanzânia, onde grupos de direitos humanos têm alertado para a ampliação das detenções.
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, defendeu a posição do seu governo, afirmando que o país não pode permitir que “ativistas e violadores da lei de outros países” ameacem a paz e a segurança nacionais.