A sugestão dos EUA para uma trégua em Gaza, já apoiada por Israel, não satisfaz as necessidades da população local, afirma um dirigente do Hamas.
Um dirigente do movimento Hamas, Bassem Naim, expressou hoje a sua posição crítica sobre a proposta de cessar-fogo avançada pelos Estados Unidos, que garante já o apoio de Israel. Em declarações à agência de notícias France Presse (AFP), Naim afirmou que esta proposta "não vai ao encontro das exigências do povo" da Faixa de Gaza.
O líder exilado do Hamas enfatizou que a continuação da ocupação israelita apenas resulta na perpetuação de mais violência, assassinatos e um agravamento da fome, mesmo durante uma eventual trégua. "A resposta à ocupação significa essencialmente a prolongação do sofrimento", observou.
Cientes da responsabilidade, Naim garantiu que a liderança do Hamas está a considerar cuidadosamente como reagir à proposta norte-americana.
A Casa Branca revelou que Israel acolheu a iniciativa do Presidente Donald Trump para um cessar-fogo na região, enquanto as negociações com o Hamas prosseguem. A porta-voz Karoline Leavitt confirmou que "as discussões continuam", destacando a necessidade de garantir o regresso seguro de todos os reféns mantidos pelo Hamas.
Witkoff, o enviado especial dos EUA, pretende apresentar uma proposta que inclui uma trégua de 60 dias, embora os detalhes não tenham sido revelados. A pausa nos combates implicaria, segundo fontes, a libertação de reféns e a obrigação do Hamas de fornecer informações sobre prisioneiros restantes.
Esta fase de negociações também incluiria a perspectiva de um cessar-fogo permanente e a retirada das forças israelitas do enclave, um ponto que o Hamas tem enfatizado nas suas exigências.
Recentemente, o Exército israelita intensificou as suas operações na Faixa de Gaza, uma resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro, que resultaram em significativas perdas de vidas em Israel. Em retaliação, a ofensiva israelita já causou mais de 54 mil mortos na população de Gaza, de acordo com dados oficiais.
A situação no enclave continua a degradar-se, com as agências humanitárias alertando para o aumento do risco de fome, e a necessidade urgente de ajuda humanitária.