A economia nipónica contraiu menos do que o esperado no primeiro trimestre, mas o Banco do Japão continua cauteloso face às incertezas globais.
O produto interno bruto (PIB) do Japão apresentou uma contração de 0,2% no primeiro trimestre, em comparação com a estimativa inicial de 0,7%, conforme divulgado pelo Governo japonês. Esta revisão, impulsionada por um aumento no consumo, trouxe alguma alívio aos analistas econômicos que esperavam a manutenção da tendência negativa.
O consumo privado registou um ligeiro crescimento de 0,1%, e as despesas do setor empresarial subiram 1,1%, embora as exportações líquidas tenham sofrido uma diminuição de 0,8%.
Além disso, houve uma revisão em baixa do investimento público para os primeiros meses de 2025, que agora mostra uma contração de 0,6%.
Estes números revelam que a quarta maior economia do mundo já estava em declínio antes de o presidente americano, Donald Trump, iniciar a sua guerra comercial em abril.
O Banco do Japão manifestou que, por agora, não tomará decisões sobre a política monetária, especialmente após ter reduzido as previsões de crescimento para este ano. O governador Kazuo Ueda expressou preocupação com o impacto das tarifas, referindo que as incertezas permanecem "extremamente elevadas". Na semana passada, ele frisou que as tarifas poderiam impactar a economia nipónica de diversas formas, e comprometeu-se a avaliar os indicativos económicos e de preços com base em um amplo conjunto de dados.
A maioria dos especialistas económicos acredita que o banco central vai adiar novas subidas nas taxas de juros nos próximos meses, com a próxima reunião de política marcada para 17 de junho.
Atualmente, o Japão enfrenta uma taxa de 10% sobre diversos produtos, que poderá aumentar para 24% no início de julho, caso não se alcance um acordo comercial com os Estados Unidos.
As tarifas setoriais, particularmente as de 25% sobre automóveis e componentes, estão a pressionar significativamente as margens de lucro dos exportadores nipónicos.