Moçambique reduz taxa de juro diretora para 11%

O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique efetuou hoje um novo corte na taxa de juro de política monetária MIMO, reduzindo-a de 75 pontos base para 11%. Rogério Zandamela, governador do banco central, anunciou esta decisão durante uma conferência de imprensa em Maputo.

Zandamela destacou que esta medida é uma resposta às projeções de inflação em um dígito para o médio prazo, que são favorecidas pelas tendências positivas nos preços internacionais de bens e serviços. Contudo, ele alertou para a continuidade de riscos e incertezas no contexto doméstico.

Questionado sobre a possibilidade de a taxa de juro vir a atingir um dígito até o final do ano, o governador afirmou que este último corte "está alinhado com a estratégia" do banco central, acrescentando que se a meta for alcançada, será uma boa notícia. "Estamos a seguir uma trajetória que poderá levar entre 24 a 36 meses para se concretizar; se acontecer antes, será positivo", disse.

A taxa de juro diretora esteve em 17,25% desde setembro de 2022, tendo sido sujeita a cortes frequentes desde janeiro de 2024. As reduções foram realizadas em várias datas, avaliando constantemente as condições económicas e a inflação, refletindo a necessidade de normalização do nível da taxa a médio prazo.

Zandamela também anunciou que a próxima reunião do CPMO está programada para 30 de julho, podendo a avaliação contínua do comitê levar a novos ajustes na taxa de juro, dependendo da evolução das expectativas de inflação e dos riscos identificados.

Além disso, durante a reunião, o Comité de Estabilidade e Inclusão Financeira do Banco de Moçambique realizou uma análise do sistema financeiro, concluindo que se mantém estável, resiliente e saudável. O governador ressaltou que as perspectivas de inflação permanecem em um dígito no médio prazo e que o setor bancário demonstra solidez e capitalização adequadas.