José Luís Carneiro defende que a investigação sobre a Spinumviva deve ser conduzida pela justiça e reforça a importância dos órgãos do PS na tomada de decisões.
Na sua intervenção desta terça-feira, o candidato à liderança do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, expressou a opinião de que cabe à Justiça investigar a empresa familiar de Luís Montenegro, a Spinumviva. Carneiro considera que deixar este assunto para as autoridades judiciais é "razoável, adequado e sensato".
O político sublinhou que o PS nunca deve abdicar dos mecanismos de escrutínio da ação governativa, sendo as comissões de inquérito uma ferramenta importante nesse processo. No entanto, lembrou que a Procuradoria-Geral da República está já a investigar questões relacionadas com a empresa Spinumviva, o que fundamenta a sua posição de esperar pela justiça.
"O Partido Socialista não pode abrir mão de nenhum dos instrumentos à sua disposição para fiscalizar o Governo", afirmou, reiterando que "a questão deve ser tratada pela Justiça".
José Luís Carneiro também destacou que a decisão em relação a este assunto não é uma prerrogativa exclusiva do secretário-geral, apontando que existem "órgãos constituídos" dentro do PS, como a Direção Nacional e o grupo parlamentar, que desempenham um papel na formação de qualquer decisão.
O candidato alertou que qualquer manifestação adicional da sua parte sobre os poderes dos órgãos do partido poderia ser considerada uma usurpação das funções democráticas que regem o PS.
Importa relembrar que a situação da Spinumviva está no centro de duas investigações em curso, uma das quais envolve o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, e originou a queda do governo após um chumbo a uma moção de confiança na Assembleia da República, levando a eleições antecipadas.
Nas eleições legislativas de 18 de maio, a Aliança Democrática (PSD/CDS-PP), liderada por Montenegro, obteve 32% dos votos mas sem garantir uma maioria absoluta, elegendo 89 deputados. O PS seguiu como segundo partido, com 23,38%, o que lhe conferiu 58 deputados, na mesma linha do Chega.
Os resultados preliminares também indicam outros partidos, como a Iniciativa Liberal e o Livro, que obtiveram respetivamente 5,53% e 4,2% dos votos.