"Chega reivindica a liderança da oposição após resultados históricos"

O líder do Chega, André Ventura, declarou esta quarta-feira que o seu partido se firmou como "líder da oposição", aclamando os resultados obtidos nos círculos da emigração, onde os votos foram fundamentais para a sua ascensão.

"O Chega conseguiu vencer os círculos da emigração. Esta é uma vitória monumental, que traz consigo uma enorme responsabilidade. Os dados demonstram uma mudança profunda no sistema político português, com o Chega a ocupar agora a posição de liderança da oposição, fruto dos votos de quem se viu forçado a emigrar devido às políticas do PS e PSD", afirmou Ventura durante uma conferência de imprensa.

De acordo com o presidente do partido, o Chega quase duplicou os resultados obtidos pela Aliança Democrática (AD) e pelo PS nos círculos eleitorais de fora do país. "Esta vitória é verdadeiramente estrondosa", sublinhou.

Quando questionado sobre a ambição não concretizada de eleger três deputados, Ventura destacou que o partido também ficou a dever estas falhas a outros números, com uma referência direta ao 61º, 62º, 63º, 68º e 82º lugares.

O presidente do Chega realçou ainda que a vitória nos círculos da Europa e Fora da Europa é um feito notável, pois no ano anterior não tinham conseguido vencer no círculo Fora da Europa. "Os emigrantes vêm de países onde enfrentam as mesmas dificuldades que Portugal actualmente e sabem o que é viver sob o socialismo e a social-democracia", afirmou.

Ventura acredita que os emigrantes se sentem agora incentivados a apoiar o Chega. "Eles querem que a sua voz e as suas preocupações sejam ouvidas, especialmente num momento de crise", disse ele, acrescentando que a mudança no sistema político em Portugal é irreversível. "Nada será como antes; estamos prontos para iniciar este trabalho e não esperem do Chega o que foi feito pelos anteriores governos", frisou.

Segundo as estimativas, o Chega deverá conquistar dois deputados, um de cada círculo, embora os resultados ainda não sejam oficiais. Caso se confirmem, o Chega emergirá como o principal partido da oposição em Portugal, enquanto o PS perderá esta posição e um dos seus deputados, Paulo Pisco, que havia sido eleito em 2024.