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Inquérito do Ministério Público investiga Numeiro por alegações de discurso de ódio contra mulheres

há 1 dia

O MP abriu um inquérito a um influenciador português após queixas sobre declarações controversas relacionadas com o aborto, suscitando a indignação pública.

Inquérito do Ministério Público investiga Numeiro por alegações de discurso de ódio contra mulheres

O Ministério Público (MP) anunciou a abertura de um inquérito após receber queixas contra o influenciador português conhecido como Numeiro, acusado de proferir discurso de ódio dirigido às mulheres num contexto relacionado com o aborto. Em resposta à agência Lusa, o MP confirmou que o processo decorre no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) foi uma das entidades que apresentou queixa, apontando que mais de cem denúncias foram feitas contra Numeiro devido a declarações que "desrespeitam gravemente os direitos das mulheres e disseminam desinformação sobre o aborto". O polémico criador de conteúdos, que conta com perto de um milhão de seguidores nas redes sociais, publicou há poucos dias na plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter), uma mensagem que posteriormente foi removida, onde alegava que as mulheres usam o aborto como método contraceptivo.

Embora o MP não tenha mencionado o nome do influenciador, a CIG confirmou que se trata de Numeiro, que nas suas publicações expressou uma postura contrária ao aborto, utilizando linguagem considerada ofensiva e provocatória. Estas declarações têm gerado uma onda de críticas nas redes sociais.

A polémica vem se acumulando, uma vez que há cerca de um mês, Numeiro já havia sido alvo de controvérsia ao afirmar que "uma mulher que namora não sai à noite". Este tipo de comentários tem provocado reações intensas, tanto por parte do público como de figuras públicas, gerando um debate acirrado sobre o respeito e a igualdade de género nas redes sociais.

Após as crescentes repercussões, a CIG decidiu avançar com a queixa ao MP "por factos que podem configurar discurso de ódio e incitamento ao ódio contra as mulheres", procurando assim responsabilizar legalmente o influenciador por suas palavras.

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#DiscursoDeÓdio #IgualdadeDeGénero #ResponsabilidadeDigital