De 14 a 17 de junho, a oitava edição do Festival Literário Internacional do Interior celebrará a literatura africana de expressão portuguesa, realizando atividades em Portugal e Marrocos.
A oitava edição do Festival Literário Internacional do Interior (FLII), marcada para os dias 14 a 17 de junho, prestará uma homenagem especial à literatura africana de língua portuguesa, com atividades que se desenrolarão nos distritos de Coimbra e Leiria e também em Marrocos.
Promovido pela Arte-Via Cooperativa, com sede na Lousã, este evento foi criado em memória das vítimas dos incêndios forestais de 2017. Este ano, o festival terá como lema "África escrita em português", conforme revelou a fundadora e coordenadora do FLII, Ana Filomena Amaral.
Em conferência de imprensa, Ana Filomena Amaral explicou que esta edição encerra um ciclo, pois no próximo ano o festival será realizado em maio, permitindo assim uma melhor aproximação ao público escolar. "Desde o início do festival, o nosso objetivo era trabalhar diretamente com as escolas, mas tínhamos que decidir entre lembrar a tragédia do dia 17 de junho ou buscar um público mais jovem", esclareceu.
Oito anos após a sua fundação, "chegou o momento de focar no público escolar" e, a partir de 2026, o evento principal será sempre na primeira quinzena de maio, enquanto a homenagem às vítimas dos incêndios será mantida.
Na edição de 2025, todos os escritores envolvidos residirão em Portugal, mas serão oriundos de países africanos lusófonos, destacando-se Olinda Beja, natural de São Tomé e Príncipe, como residente literária deste ano.
Com o foco na comemoração dos 50 anos da descolonização, o festival também marcará os cinco décadas do 25 de Abril e os 500 anos de Luís de Camões, com eventos programados em Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Lousã, Pedrógão Grande e Marrocos.
As atividades incluem ações de formação, palestras, oficinas, leituras, feiras do livro, espetáculos e performances, todas realizadas em locais diversos, como fábricas, campos, praias, igrejas e romarias.
Entre os pontos altos, no dia 14, haverá um painel sobre descolonização na literatura e a peça "África, onde sempre esgaravatamos", no Museu Nacional de Conímbriga. No dia 15, a Biblioteca Municipal de Arganil receberá um debate intitulado "50 anos depois, como se escreve África?" e um desfile de moda da estilista africana Goretti Pina.
O Estabelecimento Prisional de Coimbra abrirá as suas portas no dia 16 para Olinda Beja e Aida Gomes, que participarão no painel "Descolonização das mentes e da história", seguido de uma performance de poesia e música. O festival encerrará em Pedrógão Grande no dia 17 com um grande espetáculo de poesia e música com Olinda Beja.
Antes do festival principal, nos dias 3 e 4 de junho, universidades de Marrocos irão realizar iniciativas em celebração aos 500 anos de Luís de Camões, incluindo uma mesa-redonda sobre "Escrita e empreendedorismo: e as mulheres?" com a participação de académicos e professoras.
O festival conta com o patrocínio do Presidente da República e colaborações de várias instituições, incluindo a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e a Rede de Bibliotecas Escolares.