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FC Porto sem pedido de policiamento na AG de novembro, revela subintendente da PSP

há 1 dia

No âmbito da Operação Pretoriano, a PSP revelou que o FC Porto não solicitou policiamento no interior do Dragão Arena durante a Assembleia Geral, levantando críticas sobre a falta de segurança.

FC Porto sem pedido de policiamento na AG de novembro, revela subintendente da PSP

Um subintendente da Polícia de Segurança Pública (PSP) abordou, na 12.ª sessão do julgamento da Operação Pretoriano, a ausência de um pedido de policiamento por parte do FC Porto para o interior do Dragão Arena durante a Assembleia Geral (AG) de novembro de 2023.

O responsável policial, Pedro Filipe, indicou que a responsabilidade recai sobre a direção do clube, uma vez que em assembleias anteriores era habitual a solicitação de segurança no interior. “A nossa prioridade era garantir a segurança no exterior. Não considerámos necessário polícia para o interior, uma vez que se tratava de um evento privado. O pedido tinha de partir da administração do clube, não sendo da competência de Carlos Carvalho, chefe de segurança do FC Porto”, afirmou.

O subintendente relatou ainda que foi forçado a deslocar-se ao local quando a participação na AG aumentou, sem ter sido notificado sobre a mudança do auditório do Estádio do Dragão para o pavilhão. “Fiquei a saber pela comunicação social que o local tinha sido alterado. A assembleia já tinha iniciado quando cheguei, e testemunhei pessoas a relatarem ameaças e insultos”, contou.

Criticas ao planeamento do evento foram também expressas, não só pela falta de policiamento adequado, mas pela perceção de um ambiente intenso, considerando que a AG ocorreria em clima pré-eleitoral. “Questionei o chefe de segurança se teria em mente que o auditório não comportaria todos os sócios. Ele mencionou um plano B, no camarote presidencial, mas para mim, nem o pavilhão teria capacidade suficiente”, acrescentou.

Vários sócios que estiveram presentes no ato em que se votaram as alterações estatutárias do clube relataram um clima de intimidação semelhante a testemunhos de sessões anteriores. “Mais que a violência, o que mais me impressionou foi ver a direção, de perna cruzada, sem qualquer ação”, lamentou Pedro Oliveira, associado do FC Porto.

No final da sessão, a presidente do coletivo de juízes rejeitou um pedido da defesa de um dos arguidos, que solicitava o afastamento do assistente Henrique Ramos, por alegadas ameaças à porta do tribunal.

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, incluindo o ex-líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, iniciaram a sua defesa a 17 de março no Tribunal de São João Novo, enfrentando 31 acusações, entre as quais coação, ameaças e ofensa à integridade física relacionada a eventos desportivos. Madureira continua em prisão preventiva, enquanto os outros arguidos foram libertados progressivamente.

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#OperaçãoPretoriano #FCPorto #SegurançaDesportiva