Europa aposta em inovação para se destacar no cenário global tecnológico

A Comissão Europeia anunciou hoje uma estratégia ambiciosa intitulada "Escolhe a Europa para começar e crescer", com o objetivo de solidificar a União Europeia (UE) como um centro global de inovação e tecnologia. Esta iniciativa visa atrair empresas emergentes ('start-ups') e em expansão ('scale-ups') para a Europa, destacando-se em relação aos Estados Unidos e à China.

A nova abordagem reconhece a importância das 'start-ups' e 'scale-ups' para o desenvolvimento sustentável da Europa, uma vez que são fundamentais para impulsionar a inovação, criar emprego de qualidade, atrair investimento e diminuir dependências estratégicas. Mesmo com uma base sólida, muitas destas empresas enfrentam desafios significativos na conversão de ideias em produtos comercializáveis ou na expansão dentro da UE.

Para abordar estes obstáculos, Bruxelas propõe apoiar estas empresas durante todo o seu ciclo de vida, desde a fundação até à maturidade, respondendo às suas principais necessidades. A estratégia assenta em cinco pilares fundamentais: um ambiente regulatório favorável, acesso facilitado a financiamento, suporte na entrada no mercado, atração de talento e disponibilização de infraestruturas adequadas.

Entre as medidas propostas estão a implementação de um regime que simplifique a legislação em áreas como insolvência, fiscalidade e trabalho, além da criação de uma carteira digital empresarial europeia. O financiamento também será aprimorado, com a proposta de fortalecer o Conselho Europeu de Inovação e lançar um fundo europeu destinado a empresas tecnológicas, juntamente com um pacto voluntário para captar investimento institucional.

No que toca ao talento, a Europa introduzirá uma iniciativa que facilitará a mobilidade de profissionais altamente qualificados e tentará criar regimes fiscais mais atrativos para opções de ações em startups. Também será estabelecido um programa que ligará universidades e centros de investigação ao setor empresarial, promovendo a troca de conhecimento e a comercialização de inovações.

Este anúncio surge na sequência de uma iniciativa anterior da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que lançou, em maio, uma estratégia para atrair investigadores estrangeiros, com um investimento previsto de 500 milhões de euros até 2027. O objetivo é alcançar, futuramente, um investimento de 3% do PIB europeu neste sector.

A Comissão também estabeleceu uma "Bússola para competitividade" para este mandato, visando aumentar a competitividade da UE através da simplificação administrativa e do aumento do financiamento, de modo a superar os rivais EUA e China. Estima-se que a UE necessite de um investimento anual de 800 mil milhões de euros, o que representa 4% do PIB, para colmatar lacunas em áreas industriais, tecnológicas e de defesa em comparação com os seus concorrentes globais.