O The New York Times firmou um acordo com a Amazon, permitindo que a empresa tecnológica utilize os conteúdos do diário para desenvolver modelos de inteligência artificial generativa.
O The New York Times anunciou hoje um significativo acordo com a Amazon, autorizando esta última a utilizar o conteúdo do jornal norte-americano para o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial generativa. Esta colaboração surge num contexto em que o grupo mediático enfrenta processos judiciais contra a OpenAI, responsável pelo ChatGPT, alegando que a empresa utilizou os seus artigos sem consentimento para treinar modelos de IA.
Vários outros meios de comunicação já firmaram contratos semelhantes com grandes empresas de tecnologia para a utilização da sua produção jornalística no treino de modelos de IA. Entre eles, destacam-se a News Corp (incluindo o Wall Street Journal e o Daily Telegraph), Le Monde, Washington Post e Axel Springer (responsável por Politico, Bild e Die Welt), que têm colaborações com a OpenAI. Além disso, a Google estabeleceu uma parceria com a Associated Press (AP), e a Mistral colaborou com a Agence France Presse (AFP).
Este acordo marca um novo capítulo para o The New York Times, que até ao momento se mostrou relutante em permitir que o seu conteúdo fosse utilizado para este fim. Durante os processos judiciais contra a OpenAI e Microsoft, o grupo contesta a interpretação da outra parte, a qual se basaria no conceito legal de uso justo, que pode limitar significativamente a aplicação dos direitos de propriedade intelectual.
O desfecho destes processos, assim como os casos relacionados, poderá influenciar de maneira significativa a dinâmica entre os editores de media e as grandes empresas de tecnologia. O acordo com a Amazon também abre ao The New York Times um acesso ao ecossistema da empresa, especialmente a dispositivos conectados e à assistente de voz Alexa+ AI, que se tornam essenciais à medida que a inteligência artificial generativa popula o mercado.
A notícia da parceria fez o preço das ações do New York Times valorizar, subindo 1,85% por volta das 13h45 GMT (mais uma hora em Lisboa) em Nova Iorque, atingindo níveis próximos do máximo histórico que foi registrado no início de dezembro.