O secretário da Saúde dos EUA anunciou a retirada da vacina anti-Covid-19 do calendário de vacinação para crianças saudáveis e grávidas, numa medida que visa alinhar diretrizes com a Europa.
O secretário da Saúde dos Estados Unidos, Robert Kennedy Jr., anunciou esta terça-feira que as vacinas contra a Covid-19 deixaram de ser recomendadas para crianças saudáveis e mulheres grávidas. Esta decisão, classificada por Kennedy como de "senso comum," implica que a vacina não estará mais no calendário de vacinação recomendado pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).
Esta mudança segue-se a um comunicado da Food and Drug Administration (FDA), que estabeleceu novas diretrizes a limitar a vacinação contra a Covid-19 a pessoas com 65 anos ou mais, ou a indivíduos entre seis meses e 64 anos com fatores de risco significativos para desenvolver uma forma grave da doença.
As autoridades de saúde justificaram que esta alteração visa harmonizar as orientações norte-americanas com outras regiões, incluindo a União Europeia. Este anúncio coincide com a intenção de Robert Kennedy Jr. de reformar a política de vacinação no país.
Além disso, a FDA indicou que será obrigatório que as farmacêuticas realizem testes clínicos para avaliar a eficácia das vacinas contra a Covid-19 em pessoas saudáveis com menos de 65 anos. Tal ação procura determinar os riscos e benefícios da vacinação anual em indivíduos sem fatores de risco.
No entanto, especialistas como o pediatra Paul Offit expressaram preocupações, alertando que esta mudança pode limitar o acesso a vacinas de reforço para aqueles que ainda necessitam, especialmente no sistema de saúde privado, onde as seguradoras podem não cobrir esses custos.
Kennedy Jr. tem sido criticado por promover desconfiança em relação à vacinação, veiculando informações infundadas sobre vacinas. Durante a pandemia, ele fez declarações controversas, afirmando que as vacinas anti-Covid-19 eram as "mais letais já fabricadas" e que o vírus tinha um “alvo étnico”.
Importa lembrar que os EUA foram o país com maior impacto da pandemia, registando 1,2 milhões de mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).