Mais de 230 autores lusófonos assinam um manifesto urgente exigindo um cessar-fogo e a liberdade de reféns na Palestina, além de pressão internacional para resolver a crise.
Mais de 230 escritores de língua portuguesa uniram-se num apelo incisivo por um "cessar-fogo imediato na Palestina" e pedem a "entrada urgente de ajuda humanitária nos territórios ocupados". Entre os ilustres subscritores do manifesto intitulado "pela paz na Palestina" estão figuras proeminentes como Lídia Jorge, Teolinda Gersão, Chico Buarque, José Eduardo Agualusa e Mário Lúcio Sousa.
A iniciativa, promovida pela Fundação José Saramago, conta ainda com a adesão de outros autores respeitados, como Mia Couto, Afonso Reis Cabral, Gregorio Duvivier, Valter Hugo Mãe e Yvette Centeno. O documento destaca a necessidade de "libertar todos os reféns na Faixa de Gaza" e insta à "resolução política desta ocupação no âmbito da ONU."
No manifesto, os escritores expressam a sua indignação face à "violência sistemática exercida pelo governo de Israel sobre a população palestiniana", sublinhando a violação das normas internacionais que garantem a proteção das populações civis. Com milhares de vítimas já contabilizadas, entre as quais um número alarmante de mulheres e crianças, a situação humanitária é considerada insustentável.
O abaixo-assinado surge na sequência de outras iniciativas semelhantes. Na passada quarta-feira, quase 400 escritores do Reino Unido e Irlanda exigiram também um cessar-fogo rigoroso e impuseram sanções contra Israel. Dias antes, cerca de 300 autores francófonos, incluindo arguidos Prémio Nobel, caracterizaram as ações israelitas como um "genocídio" contra os palestinianos e reivindicaram um fim imediato da violência.
A guerra na Faixa de Gaza, que começou em 7 de outubro de 2023, foi uma resposta a um ataque do Hamas que ceifou cerca de 1.200 vidas em território israelita. Desde então, os conflitos têm causado danos irreparáveis, com perto de 54.000 mortes reportadas, a maioria civis, e uma crise humanitária alarmante, onde mais de 1,1 milhões de pessoas enfrentam uma "situação de fome catastrófica".
A ONU já declarou a Faixa de Gaza num estado crítico, destacando que a escassez de alimentos, água e medicamentos, exacerbada por um bloqueio prolongado, tem levado as populações ao desespero. A entrada de ajuda humanitária é agora uma questão premente.