Rui Rocha, líder da IL, critica gestão do SNS após notícia de dermatologista que ganhou 400 mil euros em dez sábados de trabalho adicional em 2024 no Hospital de Santa Maria.
O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, manifestou-se esta terça-feira sobre a polémica em torno de um dermatologista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que arrecadou a impressionante quantia de 400 mil euros em apenas dez dias de trabalho extra durante 2024. Rocha considera que este caso revela "problemas graves de gestão, incentivos errados e comportamentos abusivos no sistema" de saúde.
Numa publicação na rede social X, Rui Rocha enfatizou que "qualquer gestor em início de carreira, seja em empresas ou no Serviço Nacional de Saúde (SNS), percebe que a dependência excessiva de produção realizada com horas extraordinárias indica claramente falhas na gestão". O líder da IL sublinhou ainda que a situação é alarmante e precisa de ser abordada com seriedade.
Além disso, referindo-se a inquéritos abertos pelo Ministério Público (MP) e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), o político destacou que "investigar e punir comportamentos visivelmente abusivos é importante, mas não soluciona a raíz do problema". Para ele, "é fundamental estabelecer um sistema de compensação que incentive a produtividade no horário normal de trabalho e que não dependa unicamente de horas extraordinárias".
A situação de trabalho extra do dermatologista em questão foi divulgada na sexta-feira pela CNN Portugal. O médico terá recebido mais de 51 mil euros num único sábado, enquanto utilizava um dos dias para a remoção de lesões benignas de um familiar. O caso está inserido no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que visa permitir cirurgias fora do horário regular, na tentativa de aliviar as longas listas de espera nos hospitais.