Compromisso com a Cultura: Obras no Museu Nacional de Arqueologia e São Carlos Garantidas

A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, fez uma declaração firme esta quarta-feira, afirmando que as obras no Museu Nacional de Arqueologia e no Teatro Nacional de São Carlos são prioridades inquestionáveis para qualquer governo e que "nunca ficarão por concluir". Esta afirmação surge após preocupações levantadas sobre a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que alguns sectores da comunicação social indicaram ter reduzido os fundos alocados para esses projectos.

"É crucial que nesta fase não se criem ilusões sobre as dificuldades, mas sim que garantamos a aplicação total das verbas disponíveis. Em situações específicas, caso não sejam verbas do PRR, outras fontes serão utilizadas, uma vez que não podemos permitir que equipamentos tão relevantes fiquem sem o necessário apoio", declarou a ministra, em resposta a perguntas da agência Lusa na localidade de Vila Real.

Dalila Rodrigues realçou a convicção do Ministério da Cultura em aplicar integralmente os fundos da medida dedicada ao Património Cultural. Embora o mercado de obras públicas esteja sob uma pressão elevada e os recursos sejam escassos, a governante assegurou que todos os meios disponíveis serão utilizados para concluir as intervenções ao património cultural.

Num evento em Bisalhães, a ministra homenageou o oleiro Querubim Queirós da Rocha pela sua contribuição na preservação da tradicional arte do barro preto, reconhecida pela UNESCO em 2016.

A renegociação recente do PRR revelou cortes em financiamentos destinados a certos museus e monumentos, como o Museu Nacional de Arqueologia, que viu a sua dotação reduzida de 32,6 milhões de euros para 22,5 milhões de euros, com previsão de conclusão para o segundo trimestre de 2026.

Adicionalmente, as alterações no PRR, que incluem a remoção de vários projectos como o Laboratório José de Figueiredo e o Laboratório de Arqueociências, destacam a crescente pressão em diversos sectores devido a alterações económicas e geopolíticas que provocaram um aumento significativo dos custos.

Dalila Rodrigues também comentou a situação do Teatro Nacional de São Carlos, que enfrenta desafios temporais devido a um concurso público que não teve candidatos suficientes. Os reajustamentos no PRR são essencialmente justificados pelas "profundas alterações de natureza económica e geopolítica".

O PRR, uma ferramenta europeia de financiamento para reformas estruturais na sequência da pandemia de covid-19, destina um total de 346 milhões de euros para a Cultura, incluindo fundos para redes culturais e transição digital.