Cultura

Câmara de Lisboa apela à reabertura do Museu de Arte dos Doentes e Neurociências

há 1 dia

A Assembleia Municipal de Lisboa urge a câmara a colaborar com o Governo na reabertura de um museu único no Hospital Miguel Bombarda, onde se preserva a história da psiquiatria em Portugal.

Câmara de Lisboa apela à reabertura do Museu de Arte dos Doentes e Neurociências

A Assembleia Municipal de Lisboa manifestou esta terça-feira a sua intenção de que a câmara municipal intervenha junto do Governo para garantir a reabertura do Museu de Arte dos Doentes e das Neurociências, situado no Hospital Miguel Bombarda. Esta iniciativa surge na sequência de uma petição promovida pelo Fórum Cidadania Lx.

"Este espaço possui a capacidade de revelar a riqueza histórica e cultural do primeiro hospital psiquiátrico em Portugal", argumentou Pedro Janarra, um dos envolvidos na petição. Ele destacou a importância do Pavilhão de Segurança, conhecido como Panóptico, para a preservação da memória do antigo hospital.

Inaugurado em 1848, o Hospital Miguel Bombarda está encerrado desde 2010. Janarra sublinhou que "o Panóptico é uma estrutura singular em todo o mundo" e lembrou que o museu alberga um espólio impressionante, com mais de 15 mil peças, entre as quais 518 objetos ainda a ser classificados, além de 2.400 fotografias e um inventário de azulejos do século XVIII existentes no Salão Nobre.

Esta não é a primeira vez que o Fórum Cidadania Lx levanta a questão da reabertura do museu; a primeira petição foi submetida em 2014 e a atual em 2023, conforme indicou a deputada municipal Daniela Serralha, responsável pelo relatório referente a esta petição.

O antigo hospital está sob a gestão da empresa pública Estamo, que levou quase um ano a responder ao pedido da Assembleia Municipal para a visita ao imóvel, que ocorreu em outubro de 2024. Serralha revelou que existem planos para transformar o espaço em habitação com rendas acessíveis, mantendo áreas destinadas à cultura e cedências ao município.

Em relação ao futuro do Panóptico, a deputada independentes dos Cidadãos Por Lisboa, que foi eleita pela coligação PS/Livre, declarou que aguarda a aprovação do Pedido de Informação Prévia (PIP) para a operação urbanística em curso, reafirmando a necessidade de garantir que o espaço se transforme num equipamento cultural após a entrega à câmara.

Da parte da Assembleia Municipal, foi aprovada por unanimidade uma recomendação para que a câmara se empenhe na proteção do património do Hospital Miguel Bombarda e na preservação do acervo do Museu de Arte dos Doentes e das Neurociências.

O vereador Diogo Moura (CDS-PP) expressou que a câmara está atenta a estas questões e que trabalha em conjunto com o Governo para recuperar os espaços patrimoniais da cidade.

No entanto, há quem manifeste preocupação. Sobreda Antunes, do PEV, alertou para o potencial abandono do espaço, enquanto Isabel Carmo, do PAN, defendeu que o museu deve focar na questão da saúde mental, evitando o turismo de massas. Jorge Nuno Sá, do Aliança, e Leonor Moniz Pereira, do PCP, também destacaram a importância de preservar e recuperar o património arquitetónico e museológico da instituição.

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#CulturaEmLisboa #SaúdeMental #PatrimónioHistórico