Mariana Mortágua do BE sublinha que o receio de uma revisão constitucional à direita persiste, considerando que o próximo orçamento trará medidas de austeridade social.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, assinalou em conferência de imprensa que o temor de uma revisão constitucional promovida pela direita está longe de ser dissipado, mesmo após o primeiro-ministro ter afastado essa possibilidade a curto prazo.
“As preocupações com uma revisão à Constituição, quer por parte da Iniciativa Liberal, quer do Chega, continuam a preocupar os partidos que defendem o Estado Social e os direitos fundamentais”, afirmou Mortágua, destacando que a situação se mantém vigilante apesar das declarações recentas do líder do PSD e primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro.
A bloquista alertou ainda para a iminência de “novas políticas de cortes sociais” no próximo Orçamento do Estado, afirmando que “com o crescimento previsto e os compromissos do Governo em gastos militares, torna-se evidente que haverá um impacto negativo na despesa social e em outras áreas importantes do Estado”.
A líder do BE reiterou que o partido “manterá uma postura de oposição” na próxima legislatura e expressou disponibilidade para analisar a moção de rejeição ao programa de Governo proposta pelo PCP, embora não tenha se comprometido antes de conhecer o conteúdo.
Relativamente às eleições presidenciais de janeiro, Mariana Mortágua frisou que as candidaturas são de natureza individual e reafirmou a esperança do BE em que surja uma figura capaz de unir a esquerda e defender os direitos sociais e humanos.
Com várias candidaturas à direita já apresentadas, a coordenadora do BE enfatizou a importância de uma candidatura suprapartidária que possa consolidar os esforços da esquerda e do campo democrático.