As queixas no setor das comunicações cresceram 8% no início do ano, totalizando cerca de 27,1 mil, segundo dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).
No primeiro trimestre de 2025, as reclamações no setor das comunicações em Portugal registaram um aumento significativo de 8%, totalizando aproximadamente 27,1 mil, conforme revelou a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom). Este crescimento marca uma inversão em relação à tendência de descida observada nos trimestres anteriores, desde 2023.
De acordo com o regulador, um dos principais motores deste aumento foi o incremento de 13% nas queixas sobre comunicações eletrónicas, que contrasta com a descida sustentada desde o terceiro trimestre do ano passado. Assim, foram contabilizadas 17,8 mil reclamações neste segmento apenas no primeiro trimestre deste ano.
A Anacom apontou que a recente entrada da operadora Digi no mercado, no último trimestre de 2024, poderá ter influenciado este crescimento, pois foram registadas 1,1 mil reclamações associadas a esta empresa durante o período em análise.
Em contraste, as reclamações relativas aos serviços postais diminuíram 1%, somando 9,3 mil queixas, o que representa 34% do total. Este comportamento opõe-se à tendência de aumento verificada nos trimestres anteriores.
No que diz respeito às operadoras de comunicações, a Vodafone destacou-se como a empresa com o maior número de reclamações, contabilizando 33% do total, ou seja, cerca de 5,9 mil queixas, refletindo um crescimento de 11% e correspondendo a 1,7 reclamações por mil clientes.
A NOS ocupou a segunda posição com 31% das queixas, totalizando 5,5 mil reclamações, uma diminuição de 8%, mas com a maior taxa de reclamação, de 1,9 por mil clientes. Surpreendentemente, esta operadora foi a única entre as principais a mostrar uma redução no volume de queixas.
Por sua vez, a Meo registou um aumento substancial de 14%, com 4,7 mil reclamações, representando 26% do total, mas apresentando a menor taxa de reclamação, com uma queixa por mil clientes.
Adicionalmente, a Digi, que se estreou recentemente no mercado, já soma 6% das reclamações do setor, com um crescimento impressionante de 104% em comparação com o evento anterior. Também se registou uma subida significativa nas queixas dirigidas à Nowo, que aumentaram 69% em comparação com o ano anterior.
Os motivos mais frequentemente referidos nas reclamações incluem demoras ou deficiências na reparação de falhas nos serviços e problemas no acesso à Internet fixa. Outras queixas recorrentes envolvem falhas no serviço de televisão por subscrição e atrasos no tratamento e na activação inicial de serviços fixos.
Relativamente aos serviços postais, os CTT lideraram as reclamações com 7,4 mil registos, correspondendo a 79% do total, embora tenham visto uma diminuição de 5% em relação ao ano passado. Este dado representa menos de uma reclamação por cada 10.000 envios postais.
A DPD registou 9% das reclamações (aproximadamente 800), com um crescimento de 9%. Outros prestadores postais menos reclamados corresponderam a 12% do total, com um aumento de 27% neste período.
Por último, a Anacom sublinhou que a falta de tentativa de entrega de objetos postais ao domicílio ainda é o principal motivo de reclamação no setor postal, representando 22% do total de queixas, e salientou que nos CTT se registou um aumento de reclamações relacionadas com atrasos na entrega de correio nacional e com a falha de informações sobre o seguimento de objetos postais.