O diretor da PJ destaca o crescimento da violência e discriminação contra mulheres jovens, sublinhando a urgência de ações efetivas.
No âmbito de um seminário sobre violência doméstica, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), manifestou hoje a sua preocupação com o crescente número de casos de violência e discurso de ódio direcionados a mulheres, especialmente nas faixas etárias mais jovens.
Neves frisou a necessidade de lutar contra este crime, classificando-o como "absolutamente intolerável," e exemplificou com jogos online que têm como alvo as mulheres, onde o objetivo é a violação, caça e perseguição.
"É totalmente inqualificável, principalmente quando se trata de jovens," afirmou o diretor, citando três detenções realizadas pela PJ por crimes de violação apenas na última semana.
Além disso, Luís Neves comentou a investigação de um jovem de 17 anos de Santa Maria da Feira, acusado de vários crimes pelo Ministério Público, incluindo a incitação a um massacre no Brasil, ocorrido em 2023.
Este jovem teria recrutado e encorajado, através da internet, outros jovens no Brasil a realizarem um ataque em uma escola, enquanto a PJ colabora com a Polícia Federal do Brasil na identificação dos responsáveis por um ataque que resultou na morte de uma jovem.
Para além disso, o jovem estaria a planear matar pessoas em situação de sem-abrigo, transmitindo as imagens ao vivo pela internet.
Luís Neves comentou ainda sobre casos de agressões sexuais a jovens mulheres e adolescentes, que foram vítimas de violação em grupo, muitas vezes incitadas pela internet. Estas vítimas, que sofreram dupla vitimização, foram pressionadas a se automutilarem sob a ameaça da divulgação das gravações das violações.
Segundo o diretor da PJ, estes incidentes são indicativos de um foco alarmante na violência direcionada às mulheres, especialmente às mais jovens, que estão a ser tratadas como objetos e sujeitas a abusos, agressões e violações.