País

Análise da ULS de Coimbra revela preocupações com envelhecimento e mortalidade

há 1 dia

A ULS de Coimbra informou que a população da região enfrenta um envelhecimento acentuado e uma mortalidade superior à média nacional, com desafios em áreas como natalidade e acesso a cuidados de saúde.

Análise da ULS de Coimbra revela preocupações com envelhecimento e mortalidade

A Unidade de Saúde Local (ULS) de Coimbra, que abrange uma população de 374 mil indivíduos, destacou em recente relatório que o índice de envelhecimento da região é superior à média nacional. Esta realidade é especialmente notável em municípios como Pampilhosa da Serra, localizada no interior do distrito de Coimbra.

O estudo revelou que a taxa bruta de mortalidade se eleva a 12,78, ultrapassando a média nacional, com notáveis variações entre diferentes municípios. Enquanto isso, a mortalidade infantil apresenta uma tendência de queda, ficando abaixo da média do continente.

As principais causas de morte identificadas incluem doenças do aparelho circulatório, neoplasias, doenças respiratórias e cerebrovasculares, evidenciando o aumento das doenças crónicas na população.

A esperança média de vida é de 83,2 anos, mas com significativas disparidades regionais, variando entre 76,9 anos para homens em algumas áreas e até 87,2 anos para mulheres em outras.

O balanço demográfico continua a ser negativo, com um saldo de -2.271 nascimentos, resultante de uma baixa taxa de natalidade de 6,7% e um índice de fecundidade de apenas 1,32, números que não garantem a substituição geracional.

Além disso, o estudo identifica morbilidades relevantes, como dislipidemias (18,9%), excesso de peso (14,9%), hipertensão arterial (12,7%), perturbações depressivas (9,3%) e diabetes mellitus não insulinodependente (5,2%).

Os determinantes de saúde revelam uma prevalência preocupante de excesso de peso/obesidade (24,2%), além do consumo de tabaco (6,5%) e álcool crónico (1,1%). Com isso, a ULS de Coimbra definiu como prioridades de saúde pública até 2025/2026 o combate à obesidade infantil e à cessação do tabagismo.

Do ponto de vista socioeconómico, a região enfrenta problemas estruturais, como a baixa natalidade, o envelhecimento da população e desigualdades no acesso a recursos essenciais, nomeadamente água potável, saneamento e transporte público, especialmente nas zonas mais isoladas.

No que respeita ao atendimento na saúde, em 2024, a ULS de Coimbra realizou mais de 1,5 milhões de consultas médicas e cerca de 740 mil contactos de enfermagem, mostrando uma elevada procura por cuidados de saúde. Adicionalmente, foram efetuadas quase um milhão de consultas hospitalares, colocando a unidade entre as mais ativas em termos assistenciais.

Contudo, cerca de 9% dos 408 mil utentes, número superior à população residente da região, não têm médico de família atribuído. Apesar dos avanços em 2024 em atender a todos os concelhos, a cobertura de equipas comunitárias de apoio em cuidados paliativos e domiciliários permanece insuficiente.

Até ao final de 2025, a ULS prevê aumentar as respostas neste setor com a criação de mais de 100 vagas em cuidados domiciliários, resultando num crescimento superior a 50%.

A dispersão geográfica e a falta de transportes públicos são fatores que dificultam o acesso aos serviços de saúde, gerando desigualdades entre concelhos. Assim, o desenvolvimento de unidades de feridas complexas, oftalmologia, saúde mental, audiologia, reabilitação vestibular, entre outros, é vital para proporcionar ganhos reais à comunidade.

Tags:
#SaúdePública #Envelhecimento #DesigualdadeSocial