Estudos recentes revelam que os contraceptivos hormonais que contêm estrogénio sintético podem aumentar a probabilidade de AVC, especialmente em determinadas condições de saúde.
Para muitas mulheres, os métodos contraceptivos hormonais combinados são uma escolha comum, proporcionando um controlo eficaz da natalidade e da menstruação. No entanto, novas investigações suscitam preocupações sobre um perigo potencial significativo: o acidente vascular cerebral (AVC).
Pesquisas apresentadas na Conferência da Organização Europeia de AVC indicam que os contraceptivos hormonais orais que incluem estrogénio e progestogénio podem elevar consideravelmente o risco de AVC criptogénico, um tipo de AVC que ocorre de forma súbita e sem causa aparente.
Estes contraceptivos contêm versões sintéticas das hormonas estrogénio e progestina. Embora o estrogénio natural seja importante para a coagulação sanguínea, o estrogénio sintético utilizado nas pílulas é mais potente e é disponibilizado em doses constantes e elevadas. Este estrogénio sintético incentiva o fígado a produzir um maior número de proteínas que promovem a coagulação e diminui os anticoagulantes naturais, aumentando assim a possibilidade de formação de coágulos.
Embora este efeito possa ajudar a interromper sangramentos, ele também pode dar origem a coágulos indesejados, que podem resultar em AVC. O risco é particularmente elevado em mulheres que fumam, que têm enxaquecas ou que apresentam predisposição genética para a coagulação.
Se um coágulo se desenvolver numa artéria que irriga o cérebro ou se deslocar pelo sistema circulatório até o cérebro, pode provocar um AVC isquémico, o tipo mais comum de AVC. Coágulos também podem aparecer em veias profundas, como nas pernas ou nas proximidades de órgãos.
Além de promover a coagulação, o estrogénio sintético pode ligeiramente aumentar a pressão arterial e alterar o comportamento dos vasos sanguíneos ao longo do tempo, o que contribui para um risco aumentado de AVC.