Adesão massiva à greve dos transportes em Coimbra ultrapassa 90%

A greve dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que teve início na segunda-feira e se prolongou até hoje, registou uma adesão superior a 90%. Segundo João Soares, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), apenas cinco motoristas saíram para as ruas, enquanto a expetativa era que circulassem 104 autocarros diariamente.

João Soares destacou que, apesar da possibilidade de uma diminuição na adesão devido ao impacto financeiro da greve, o cancelamento de uma reunião com o Governo, que preferiu reunir-se com a Câmara de Coimbra, incentivou os trabalhadores a permanecerem em greve em vez de trabalhar.

O sindicalista expressou a desilusão dos trabalhadores face à postura do presidente da Câmara, José Manuel Silva, referindo ainda que estão em processo de assinar uma queixa por difamação contra o autarca, que alegou existir pressão sobre alguns trabalhadores para aderirem à greve.

“Ele tem extremado as posições e cultivado um ambiente adverso ao diálogo”, manifestou João Soares. O dirigente espera que a nova composição do Governo permita a convocação de uma reunião antes da próxima greve, agendada para seis dias entre 22 e 27 de junho.

Em comunicado, a Câmara de Coimbra confirmou que a reunião com o Governo foi cancelada porque o executivo estava em gestão, mas José Manuel Silva assegurou que houve avanços na resolução dos problemas dos motoristas. No entanto, reiterou que as greves não são uma solução e criticou o STAL pela continuidade da paralisação.

Este é o terceiro movimento grevista dos trabalhadores dos SMTUC este ano, que seguirão um calendário de luta, aumentando os dias de greve até setembro, mês das eleições autárquicas.