Sindicatos e administração da EDA acordam aumento salarial de 3,5% e valor mínimo de 53 euros. Greve marcada para 02 de junho foi cancelada.
Os sindicatos e a administração da Eletricidade dos Açores (EDA) chegaram a um entendimento esta terça-feira, após extensas negociações, que resultará num aumento salarial de 3,5% para 2025, com um valor mínimo garantido de 53 euros mensais. A decisão levou ao cancelamento da greve prevista para 02 de junho.
Os trabalhadores, que se manifestaram em duas ocasiões a exigir melhores condições, inicialmente pediram um aumento de 4%. Embora a percentagem de 3,5% tenha sido mantida, a EDA atendeu à solicitação de um valor mínimo superior, passando de 47 para 53 euros.
Rui Medeiros, coordenador do Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI), declarou à Lusa que "conseguimos assegurar um aumento justo, pelo menos ao nível do salário mínimo". Contudo, a aceitação da proposta não foi unânime entre os associados, uma vez que alguns defendiam um incremento de 4%.
Do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia (SINDEL), António Melo frisou que os associados concordaram com a proposta "em nome da paz social", mas advertiu que os próximos diálogos devem focar em pontos fundamentais. Um deles é não permitir que o salário mínimo seja a norma de entrada na EDA, e o outro, procurar um alinhamento com os salários do setor energético no continente.
"A convergência salarial tem de ser progressiva, mas não se consegue com percentagens abaixo de 1%. Actualmente, os trabalhadores da EDP e da Empresa de Eletricidade da Madeira ganham entre 30 a 40% a mais do que os da EDA", afirmou.
Melo lembrou ainda que a Eletricidade da Madeira tem conseguido avanços salariais anuais, permitindo uma recuperação significativa em relação ao resto do sector. "Ainda estamos longe de alcançar esse patamar de recuperação", concluiu.
A greve anunciada para horas extras e deslocações a partir de 02 de junho foi, portanto, desmarcada.