O Procurador-Geral da República admitiu pressões para acelerar a Operação Influencer, salientando a falta de meios na análise de provas.
Ao participar na conferência de aniversário da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), realizada na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, o Procurador-Geral da República (PGR), Amadeu Guerra, fez questão de afirmar que todos os inquéritos associados à Operação Influencer, que envolve o ex-primeiro-ministro António Costa, continuam em investigação. Até ao momento, não foram apresentadas acusações e várias provas estão a ser analisadas.
Amadeu Guerra destacou a necessidade de acelerar o progresso da investigação, manifestando que já solicitou ao diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que aloque procuradores em regime exclusivo para este caso. "Queremos agilidade, mas essa velocidade não depende apenas de nós; está nas mãos dos órgãos de polícia criminal, que também enfrentam desafios", comentou o PGR, fazendo referência ao grande volume de documentação que necessita de ser analisada.
"Todos os processos requerem rapidez, mas a realidade é que os recursos, especialmente da Polícia Judiciária e outras forças policiais, não são os ideais", acrescentou Guerra.
O PGR mencionou que, no caso da Operação Influencer, é necessário acelerar a digitalização das provas, uma vez que essa tecnologia pericial tem-se revelado crucial em investigações anteriores, como no caso do BES/GES, permitindo analisar enormes quantidades de dados.
Relativamente ao arquivamento de um inquérito de violência doméstica envolvendo o autarca de Vizela, o PGR esclareceu que o processo ainda está sujeito a reavaliação e pode ser reaberto. "Os superiores hierárquicos estão a analisar a situação, e dentro do prazo estabelecido, podem decidir efetuar novas diligências", afirmou Guerra, sublinhando que o presidente da Câmara Municipal de Vizela, Vítor Hugo Salgado, ainda não foi ouvido neste contexto.