PCP critica tentativa de revisão constitucional como distração

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, manifestou-se hoje contra a proposta da Iniciativa Liberal (IL) de iniciar um processo de revisão da Constituição, afirmando que tal medida é "uma fuga para a frente". Após uma reunião no Palácio de Belém com o Presidente da República, que se prolongou por cerca de uma hora, Raimundo sublinhou que o foco deve estar na efetivação da lei fundamental, mais do que em alterações.

Quando questionado se o PCP tomaria parte na eventual revisão, reafirmou que "nunca houve um processo aberto" e que o seu partido não será o responsável pela sua promoção. Para o PCP, embora a revisão não figura entre as suas prioridades, é sempre legítimo aprimorar o texto constitucional.

Raimundo destacou que o problema do partido não reside na redação da Constituição, mas sim na ausência de materialização dos direitos nela consagrados na vida dos cidadãos. "Se aqueles que se preocupam em modificar a Constituição despendessem o mesmo esforço na sua implementação, a vida da maioria dos que habitam e trabalham em nosso país seria significativamente melhor", afirmou, referindo-se à importância da garantias constitucionais relacionadas com a habitação e ao Serviço Nacional de Saúde.