O secretário-geral do PCP exige que a oposição ao governo atual se defina claramente, alertando para os perigos do desmantelamento do SNS e da Segurança Social.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou em um recente comício nos Bombeiros Voluntários de Queluz, que chegou o momento crítico para as forças políticas se posicionarem em relação ao Governo da AD. “Aos que consideram prematuro avançar com a rejeição do programa governamental, exortamos a esclarecer quem apoia, quem é cúmplice e quem se opõe às direções atuais e à agenda que se prepara”, declarou Raimundo.
O líder comunista sublinhou que é essencial que as diferentes entidades políticas se pronunciem sobre questões cruciais como o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), as ameaças à Segurança Social, e as mudanças nas legislações trabalhistas que podem acentuar a precariedade e promover privatizações. “Cada um terá de escolher um lado. Não podemos esperar até que o mal esteja feito para lamentar; é agora que precisamos agir”, alertou.
Raimundo reafirmou que, sob a égide do PCP, um programa político que não considera o bem-estar da população não passará sem resistência. “A iniciativa do PCP é uma afirmação de combate, uma forma de luta que visa abrir um futuro mais esperançoso para todos nós”, enfatizou, recebendo aplausos entusiásticos do numeroso público presente.
O discurso de mobilização prosseguiu com uma crítica incisiva à ascensão de partidos como o PSD, Chega, IL e CDS, que, na visão de Raimundo, representam uma evolução negativa e aumentam os riscos de uma agenda reacionária. “É inaceitável dialogar com uma direita que defende visões retrógradas e antidemocráticas. O que precisamos agora é de resistência e determinação”, reforçou, enquanto os apoiantes entoavam o cântico “a luta continua”.
Raimundo também denunciou as intenções da direita de “pôr a mão na Segurança Social”, de aumentar as horas de trabalho, e de minar os serviços públicos. “Eles querem privatizar tudo e transformar as nossas necessidades em negócios”, advertiu.
Referindo-se a um anúncio recente da Iniciativa Liberal sobre revisão constitucional, acusou a direita de tentar dar um golpe à lei fundamental do país. “O que precisamos é garantir que a Constituição é cumprida na prática, e não apenas encontrada nas palavras”, afiançou.
Por fim, sobre o desempenho da CDU nas eleições, que resultou na eleição de três deputados, um a menos que no ano anterior, Rui Paulo considerou que isso contrariou previsões de desaparecimento do partido e evidenciou a necessidade de resistência diante de uma poderosa ofensiva ideológica.
Raimundo concluiu criticando partidos que se aproveitam das dificuldades sociais e fomentam a divisão entre trabalhadores, alertando que tais forças “são o pior que o sistema produz” e que se aproveitam de mentiras e demagogia para empurrar sua agenda reacionária.