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Lentes de Contacto Inovadoras Facilitarão a Visão Nocturna

há 21 horas

Uma equipa de cientistas desenvolveu lentes de contacto que transformam luz infravermelha em luz visível, permitindo a visão noturna, mesmo com os olhos fechados.

Lentes de Contacto Inovadoras Facilitarão a Visão Nocturna

Uma concisa e inovadora descoberta científica pode mudar a forma como vemos no escuro. Investigadores de neurociência e materiais, provenientes da China e da Universidade de Massachusetts nos Estados Unidos, criaram lentes de contacto revolucionárias que convertem a luz infravermelha em luz visível, possibilitando a visão nocturna.

Estas lentes, que não requerem fonte de energia, permitem que os utilizadores recebam simultaneamente diferentes comprimentos de onda infravermelhos. A transparência das lentes possibilita a visualização tanto da luz visível quanto da infravermelha, sendo esta última ainda mais acentuada quando os olhos estão fechados, como revela o estudo recente publicado na revista Cell Press.

Tian Xue, o principal autor e neurocientista da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, salienta que esta pesquisa abre portas a dispositivos portáteis não invasivos para monitorização de cidadãos. As lentes utilizam nanopartículas que têm a capacidade de absorver a luz infravermelha e convertê-la em ondas visíveis para os olhos de mamíferos.

As possibilidades de aplicação deste material são vastas. Xue enfatiza que a luz infravermelha intermitente poderá ser utilizada em áreas como segurança, ransomware, encriptação e anticontrafação.

As nanopartículas são sensíveis à luz infravermelha próxima, que varia entre 800 a 1600 nanómetros, um espectro que se encontra logo abaixo da luz vermelha visível que os humanos conseguem perceber. Em estudos anteriores, a equipa já tinha evidenciado que a injeção de nanopartículas na retina de ratos induziu a visão por infravermelhos, mas procuravam uma alternativa que fosse menos invasiva.

Integrando as nanopartículas a polímeros flexíveis e seguros, semelhantes aos utilizados em lentes de contacto convencionais, a equipa reprovou a segurança e prosseguiu com os testes em humanos e ratos. Os resultados mostraram que os ratos equipados com lentes de contacto eram capazes de perceber comprimentos de onda infravermelhos. Ao serem expostos a uma caixa escura e uma iluminada por infravermelhos, os ratos com lentes de contacto preferiram a caixa escura, ao contrário dos que não as usavam, que não apresentaram preferência.

Além disso, os ratos demonstraram reações fisiológicas que indicavam visão por infravermelho: as suas pupilas contraíram-se com a presença de luz infravermelha e os exames de imagem cerebral mostraram uma activação nos centros de processamento visual.

Os testes realizados em humanos também trouxeram resultados promissores. Os participantes foram capazes de identificar com precisão sinais intermitentes em código Morse e discernir a direcção da luz infravermelha. Xue comenta: “É evidente: sem as lentes, o sujeito não observa nada, mas com elas, consegue ver claramente a luz infravermelha a piscar.”

A equipa descobriu ainda que, ao fecharem os olhos, os sujeitos conseguiam receber melhor as informações da luz infravermelha, pois esta consegue penetrar nas pálpebras de forma mais eficiente do que a luz visível, resultando numa menor interferência.

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#VisãoNoturna #TecnologiaInovadora #RevoluçãoCientífica